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Itapira, 01 de Janeiro de 2025
Notícia
10/02/2014 | Especialistas criam cartilha para mitigar efeitos da exposição ao sol
 
A médica dermatologista Maria Sueli Rocha Longhi tem uma carreira profis­sional que a tornou muito conhecida nos meios da chamada “saúde pública”. Somente amigos e pacientes mais achegados sabem que ela é também uma pessoa que dedicou boa parte de sua vida profissional em estudar os efeitos nocivos da radiação solar.
 
No embalo de uma repor­tagem publicada pelo jornal A Cidade na sua edição de sábado, 01, a respeito da falta de cuidados com que a maior parte das pessoas se expõe de maneira desne­cessária e perigosa ao sol, ela chama a atenção para a publicação pela Sociedade Brasileira de Dermatologia de um documento - chama­do de Consenso Brasileiro de Fotoproteção - cuja pre­tensão é a de uniformizar os padrões de cuidados com relação à exposição ao sol.
 
O documento de 32 páginas, ricamente ilus­trado, faz uma abordagem técnica-científica listando as características peculiares da geografia brasileira “Quase a totalidade do território nacional localiza-se entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, fazendo do Brasil o país do mundo com maior extensão de território em proximidade com o Sol”. Fala ainda que somado a este fator, a miscigenação que constitui a população local e a heterogeneidade do clima, impuseram a neces­sidade de se criar conceito próprio de fotoproteção.
 
A especialista atesta que este aparente descaso das pessoas com relação à ex­posição demasiada ao sol geralmente acaba parando nos consultórios. Maria Sueli defende que a questão dos cuidados com a pele deveria integrar as políticas públicas de saúde. Ela reclama, por exemplo, o preço elevado dos protetores solares. “É um item que deveria constar na cesta básica”, defende.
 
Épocas de intenso ca­lor como a atual servem, segundo ela, para trazer à tona este tipo de preo­cupação. Na medida em que o tempo se torna mais chuvoso, segundo ela, mui­tas pessoas deixam de se precaver achando que não estão sob efeito dos raios ultravioletas, aqueles que causam o câncer de pele. “Nuvens mais intensas aju­dam a diminuir a incidência, mas é bom ter em mente que os raios ultravioletas transpassam as nuvens e também incidem na pele”.
 
Outro fator muito im­portante segundo ela é a falsa sensação de segurança com a qual muitas pessoas argumentam que sempre ficaram expostas e têm a saúde perfeita. “Temos a constatação de que muitas pessoas reagem com apa­rente normalidade quando estão na fase mais produtiva de suas vidas. O problema é que os malefícios da ex­posição à radiação do sol são cumulativos, ou seja, vão aparecer lá na frente. Será neste período que o paciente vai avaliar o dano causado”.
 
Indagada se as pessoas de pele mais escura são imunes aos efeitos da ra­diação solar, Maria Sueli diz que isto é um mito que foi criado e que de certa forma acarreta prejuízos a uma boa parcela da população. “Quem tem a pele mais es­cura é menos afetado. Isso não quer dizer que não pode por exemplo contrair um câncer de pele. Conforme a cor da pele, existe uma quantidade definida de sol que podemos tomar. Quem extrapola está sujeito aos danos futuros”, insiste.
 
A incidência do câncer de pele coloca a doença, segundo informou, no topo do número de casos de tu­mores. Existe ainda o me­lanoma, variação letal do câncer de pele que acomete cerca de 10% dos casos. Mas a especialista adverte que não é somente o câncer de pele que preocupa. Ela fala no processo de envelheci­mento precoce e também, “deformações na pele” e incidência maior de catarata em pessoas que se expõem ao sol sem uso adequado de óculos escuros.
 
Explica que o sol emite tipos diferentes de raios, como o infravermelho que é visível, “aquele que aquece” e os ultravioletas , que não são visíveis e são classifica­dos em A, B e C conforme sua intensidade durante o dia. Isto significa que as pessoas devem se orien­tar em tomar sol sempre até às 10 horas da manhã (até 11 horas no horário de verão) e depois das 16 horas (17 horas no horário de verão) para não correr riscos. Fora deste horário é correr risco.
 
Maria Sueli lembra tam­bém de uma “onda” muito em voga atualmente, a re­comendação para pessoas ficarem expostas ao sol em horários inconvenientes com a pretensão de adqui­rir vitamina D, importante para o organismo e que é produzida pelo corpo hu­mano quando existe um certo período de exposição ao sol. “Já tive paciente com problemas na pele por que foi orientada a se expor no sol do meio-dia. Percebeu como as coisas ficam dis­torcidas?”, questiona.
 
Em linhas gerais, ela re­força o apelo para que as pessoas sejam comedidas na exposição, utilizem o protetor solar diariamente no caso de se expor, assim como outros equipamentos necessários e não deixem de recorrer a um especialista a qualquer anormalidade em sua pele.
 
Fonte: Da Redação do PCI

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