Itapira viveu na noite deste sábado, 1º de junho, um momento que talvez não influencie a cultura brasileira como fez a Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922, que mudou definitivamente o Brasil, mas certamente marcará o futuro da vida cultural itapirense, senão a interiorana.
Naquela semana histórica de 22, um bando de jovens escritores, pintores, escultores e músicos deram o pontapé inicial para a transformação da paisagem cultural brasileira. O Modernismo, um movimento de vanguarda artística, que se deu no início dos anos vinte, no princípio da industrialização, do crescimento das cidades, das mudanças políticas no mundo e da efervescência política e social.
O 1º Movimento de Arte Moderna de Itapira não foi capitaneado por Oswald e Mário de Andrade, mas por uma das maiores artistas da nossa terra, Olga Serra, sempre preocupada com o destino cultural da nossa gente. Olga, idealizadora do movimento cultural itapirense, não contou com a participação de Brecheret, Salgado, Malfatti, Menotti, Guilherme, Milliet, Villa-Lobos, Tácito, Di Cavalcanti... Mas conseguiu a proeza de reunir numa tacada só Ana Paula, Andreia, Cristina, Juliana, Gisela, Marcia, Olga Stefanini, Tiago Pompeu, Carbas, Caio Fabio, Cezareto, Alessandra, Lyvia, Daniel, Santiago, Zangelmi, Glaucio, Oliveira, Rudá, Ana Paula, Cornélio, Genésio, Audi, Barzon, Prado, Rapahel, Domingues e Flávio Camargo e ninguém foi vaiado, nem recebeu tomates ou ouviu miados, latidos, grunhidos e relinchos como em 22.
A grande semelhança entre os dois movimentos talvez esteja com o futuro. Como bem sabemos a semana modernista de 1922 não teve grande importância na época que ocorreu. Foi o tempo que lhe deu valor histórico e o projetou ideologicamente. Ao reunir tanta gente em nome da arte, a força desse primeiro movimento não tem como não render frutos, como arrebanhar novos artistas, fortalecer novas exposições, desafiar iniciativas, mexer com nossos costumes, tirar do armário aquelas obras egoístas ou envergonhadas e, principalmente, chamar à contemplação parte significativa da sociedade itapirense.
As portas foram abertas ao público às 20h e só foram fechadas depois das 23h. Cerca de 200 pessoas, de todas as faixas etárias, passaram pelo Circolo Italiano. As obras poderão ser apreciadas no decorrer desta semana no Circolo, na Praça Bernardino de Campos.
Participantes:
Pintura: Ana Paula Campos Teixeira, Andreia Nigri, Cristina Serra, Juliana Bueno, Gisela Cremasco, Marcia Olympio, Olga Serra, Olga Stefanini,Tiago Alexandre Pompeu.
Dança: Alexandre Carbas e Caio Fabio dos Santos
Teatro: Alexandre Cezareto
Video Arte: Alessandra e Lyvia Peres Kleis, Daniel Ramonda
Fotografia: André Santiago, Fábio Zangelmi, Glaucio Domingues, João de Oliveira e Rudá Serra.
Escultura: Ana Paula Campos Teixeira, Cornélio Herr, Gisela Cremasco, Juliana Bueno, Marcia Olympio, Olga Serra
Instalação: Genésio Navi, José Flávio Audi, Olga Serra.
Música: José Renato Barzon, Com Julio R. Prado; Rapahel de Oliveira com João Domingues Jr
Assemblagem: Flávio Camargo
VEJA TODAS: Todos Daniel Ramonda
VEJA TODAS: Todos Flavio Barbieri
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