O bom desempenho das chuvas em fevereiro e março pouco contribuiu para que o nível do Ribeirão da Penha chegasse no começo de maio – quando se inicia, em condições normais, um longo período de estiagem – com uma vazão parecida com aquela observada no mesmo período do ano passado. A régua de medição instalada pela Defesa Civil nas proximidades da garagem do Expresso Cristália apontava na tarde de ontem menos de 1,80 metros , num total de cinco metros capazes de serem aferidos.
Para Romeu Job, coordenador da Defesa Civil, a atual vazão insere-se dentro da normalidade do período, levando em conta, segundo ele, a grave estiagem registrada no ano passado. “Não esperava uma vazão maior do que esta”, avaliou. Indagado se por causa exatamente da estiagem do ano passado, a qual, obrigou pela primeira vez na história da cidade a adoção de medidas de contenção de consumo de água na faixa do Ribeirão que se estende até a estação de captação; proprietários de terra a montante do Ribeirão não estariam provisionando água em açudes e outras formas de armazenamento, Job disse que não tem instrumentos para fazer este tipo de avaliação. “A verdade é que esta hipótese é bastante palpável, mas para que isso seja constatado é necessário um processo de investigação, o qual, não tenho conhecimento de que tenha sido realizado”, justificou.
A CIDADE endereçou ao departamento técnico do SAAE questionamentos sobre este tipo de situação, estudos comparativos da vazão com o mesmo período do ano passado e até o fechamento desta edição nenhuma resposta havia ainda sido enviada.
Do ponto de vista prático, as chuvas de Abril foram menores neste ano do que em 2014,aumentando ainda mais a preocupação. Segundo dados da Estação de Tratamento de Água (ETA) do SAAE choveu em Abril 60,1 mm. Em 2014, foram 86,7 mm . Cada milímetro corresponde a um litro de água por metro quadrado. Em maio do ano passado foram registrados 41.3 mm. Até ontem, 08, havia sido registrado 12,2 mm (dados do INMET).
O acumulado nos quatro primeiros meses favorece, , no entanto, 2015. Choveu nos quatro primeiros meses deste ano 567,2 mm , contra apenas 383,1, em 2014