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Itapira, 15 de Mar�o de 2025
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15/11/2014 | Estiagem muda conceito das população em relação ao desperdício de água

Pessoas que costumam transitar pelas redes sociais não deixaram de observar que em Itapira a seca, que finalmente parece estar chegando ao fim, gerou um comportamento de solidarie­dade de parte da população em relação as medidas ad­ministrativas baixadas pelo município para o gerencia­mento dos efeitos da estia­gem no começo da segunda quinzena de outubro. Ao baixar um Estado de Alerta, anunciando sanções aos que desperdiçassem água, o pre­feito José Natalino Paganini (PSDB), a se julgar pelo que tem sido observado, ganhou a anuência da maioria da população.

 

A profissional da área de expedição Ângela Rizola Zano­vello foi uma das itapirenses que colocaram a cara a tapa, advertindo pessoas que fla­grava desperdiçando água. Moradora da área central da cidade, Ângela conta que fez algumas abordagens. “Falava na maior naturalidade com a pessoa, dizendo que não era correto desperdiçar água. A maior parte levou numa boa. Em um caso a pessoa, um senhor de idade, não gostou muito não”, relatou. Em pelo menos um dos casos ela disse que a dona da casa com a qual conversou alegou que estava utilizando água da máquina de lavar roupas para lavar o quintal e a calçada.

Ângela disse que ficou muito triste quando notou a vazão do Ribeirão da Penha e a partir daí se sentiu motivada a dar sua colaboração. ”A gente tem que pensar no futuro. Eu torço para que as pessoas usem água racionalmente ainda que volte a chover com a regularidade desejada por todos”, afirmou.

Outra ‘fiscal’ do desper­dício foi a frentista Eliane Rostirola Bernardo, mora­dora na Vila Ilze. Ela disse que sua principal arma foi a Internet. “Postei fotos e vídeos denunciando abusos”, afirmou. Segundo Eliane, em pelo menos um caso flagrou um caminhão da prefeitura jogando água inadvertida­mente na rua. “Foi um dos vídeos que mais recebeu menção no meu Facebook”, contou. Ela disse que a pista para se chegar aos esbanja­dores era a água escorrendo pela sarjeta. “Era só seguir e chegar ao local onde a água estava jorrando”, relatou.

Mãe de três filhos, Eliane diz que este tipo de atitude é digno de quem pensa no futuro. “Fiquei contente porque recebi apoio de muita gente e percebi que outras pessoas pensavam igual a mim”, reforçou.

Notificações

Apesar da chuva que cai desde o último final de sema­na, pelo menos por enquanto a atual administração não pretende revogar o decre­to do Estado de Alerta. Foi tentado um contato com o presidente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgo­tos), José Armando Mantuan, para saber se existe uma data pré-determinada para um relaxamento das medidas em vigor, mas ele não retornou as ligações.

Na autarquia o cumpri­mento das medidas segue em pleno vapor. Segundo Fernando Vieira Caporali, 41, chefe da Divisão Comercial, setor onde está atrelada a maior parte da equipe de fiscalização das medidas em vigor, até quarta-feira passada haviam sido expedidas 61 notificações impostas a pes­soas flagradas desperdiçando água. A reincidência, num primeiro momento, rende multa em torno de R$ 70 e restrição do fornecimento da água. A contar de 18 de outubro, quando começou a fiscalização, até quarta-feira, 05, foram em média 3,5 no­tificações por dia.

Caporali achou os nú­meros expressivos, o que, segundo ele, demonstra a adesão da população à cau­sa. Ele disse que não houve reincidência e que em locais onde a fiscalização atuou, mas só encontrou indícios, foi feita advertência verbal. “Acho que os resultados estão dentro do espírito das medidas tomadas, ou seja, não existe interesse em punir ninguém, mas de conscientizar”, minimizou.

A maioria dos casos veio de denúncias anôni­mas feitas ao telefone do SAAE. Outra parte se deveu à atuação in loco dos fiscais. “Quando a denúncia era por telefone ficava mais difícil chegar prontamente no local e dar o flagrante. Já no caso da atuação da equipe de fiscalização no momento do registro do caso, fica mais fácil”, escla­receu. Caporalli disse que não ficou à margem das conversas nas redes sociais e achou que o engajamento das pessoas reflete um ga­nho de conscientização. “A gente torce para que mesmo com a volta das chuvas este nível de conscientização permaneça”, desejou.

Fonte: Da Redação do PCI

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