O governo da Etiópia anunciou hoje (13) a retirada de um polémico plano urbanístico que nas últimas semanas tinha provocado numerosos protestos na região de Oromia, cuja repressão causou pelo menos 140 mortos, segundo grupos de defesa dos direitos humanos.
De acordo com a mídia local, o governo etíope tinha apresentado um plano para expandir a capital do país, Adis Abeba, o que poderia ter colocado em perigo as terras de cultivo dos Oromo, um povo tradicionalmente seminômade e dedicado à agricultura na região que circunda a cidade.
A decisão de recuar foi tomada depois de uma reunião entre a Organização Democrática do Povo Oromo (OPDO), que está incluída na coligação governamental, e vários líderes locais que se opunham a qualquer expansão de Adis Abeba.
Até agora, o governo etíope sustentava que os manifestantes tinham uma "conexão direta" com grupos terroristas, aludindo à Frente de Libertação Oromo (OLF), um movimento separatista que luta há décadas pela independência de Oromia.
Os protestos começaram em Ginchi, uma pequena cidade a 80 quilômetros a Sudoeste da capital, quando as autoridades tentaram destruir um bosque para iniciar um dos projetos de construção.
As manifestações estenderam-se rapidamente por toda a região de Oromia, lugar de origem de 35 milhões de oromo, o grupo étnico mais numeroso do país.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-01/etiopia-retira-plano-urbanistico-apos-protestos-que-provocaram-140Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.