Ex-Secretário de Saúde lança suspeição sobre auditoria do consórcio intermunicipal
Após a repercussão causada pela informação divulgada neste semanário em sua edição de sábado passado, 18, mostrando resultados de uma auditoria contratada pelo Prefeito de Mogi Mirim Gustavo Stupp (atual presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde) que apontavam débitos de mais de R$ 4 milhões dos municípios consorciados e Itapira entre eles; tanto o ex-prefeito Toninho Bellini ( antecessor de Stupp no comando da gestão do consórcio) como o ex-secretário de Saúde do município Vladen Vieira, demonstraram disposição para oferecer suas versões a respeito do assunto.
Bellini que está em viagem ao Estado de Mato Grosso delegou a Vieira as explicações. Durante uma hora e meia de conversa, munido de vários documentos, Vieira concluiu que o resultado da referida auditoria deve ser objeto de alguns questionamentos. De posse de uma cópia do documento, ele disse que algumas considerações nele contidas corroboram com medidas que foram tomadas ao final do ano passado depois que a pedido dos responsáveis pelo gerenciamento do organismo ( Secretários de Saúde dos municípios consorciados: Mogi Guaçu,Conchal, Mogi Mirim, Itapira, Espírito Santo do Pinhal e Estiva Gerbi foi feita “auditoria interna” realizada para aferir as contas de 2012.
Ele mencionou o processo de demissão da gerente administrativa do consórcio Ana De Elizabete Filomeno e do responsável jurídico Rafael Chaib, ocorrido em função de irregularidades apontadas pela auditoria interna. Conta que a partir do momento em que percebeu que a cobertura de gastos com o SAMU vinham aumentando, quando deveriam ser fixos, percebeu que algo de errado estava acontecendo e procurou explicações. Colegas das cidades consorciadas , segundo ele, também estavam descontentes. A principal evidência, segundo ele, era de havia manipulação dos pagamentos feitos a fornecedores utilizando recursos de municípios que pagavam corretamente, em dia, em detrimento ao caso de Mogi Guaçu, que não efetuava os repasses com a regularidade necessária, conforme afirmou. Este fato, segundo ele, fez com que fosse tomada a medida em se integralizar os repasses em contas separadas.
Atas
Vieira afirma que todos estes problemas foram discutidos passo a passo e relatados em ata, devidamente registradas em cartório. Ele garante ainda que a Prefeitura de Itapira foi diminuindo a partir do segundo semestre suas “compras” dentro do consórcio exatamente com a preocupação de que as contas fechassem. “Não devíamos nada”, garantiu.
Indagado sobre como poderia então uma empresa de auditoria afirmar que o município ficou inadimplente em quase R$ 900 mil atendendo procedimento oficial requisitado pela atual gestão do consórcio,Vieira manifestou desconfianças quanto aos critérios técnicos que determinaram os números apresentados. Informou que antes do processo de demissão da ex-gerente, em outubro do ano passado, informações contábeis haviam desaparecido e que até o computador utilizado pela funcionária havia sido formatado poucos dias antes dela deixar a função. Ele afirma ainda que ele pessoalmente se desligou do consórcio em janeiro deste ano e que até aquela altura dos acontecimentos não existia números confiáveis para se detectar com exatidão o tamanho do problema. “Estou estudando como esta auditoria chegou a estes números. Fico imaginando como um trabalho desta natureza, que envolve depoimento de pessoas que participaram do processo de gestão, de elementos complexos de contabilidade e aferição, pode ser realizado de forma confiável num prazo tão curto de tempo”, questionou.
Além disso, contou que tomou o cuidado de procurar referências na internet da empresa Tiges Assessoria e Sistemas Públicos e que não encontrou informação alguma, fato que lhe causou estranhamento. Empresas de auditoria que atuam a pedido de organismos públicos devem necessariamente fazer parte do Cadastro Nacional de Atividades Econômicas e é o caso de saber se esta empresa tem este registro. Acho temerário o município aceitar de pronto estes números. Volto a insistir: efetuamos todos os pagamentos necessários”, reforçou.
Indagado se estaria colocando em dúvida a idoneidade do prefeito Gustavo Stupp, que encomendou o referido estudo, Vieira disse que o foco da questão não é esse. “O Stupp tomou a medida que achou que deveria tomar. É um direito dele. O que eu questiono é a metodologia desta auditoria”, finalizou
Vieira mostrou uma série de documentos que comprovam segundo ele, que a gestão do consórcio estava atenta a problemas na contabilidade