Em meio a cartas, fotos, vídeos e textos, a exposição Jorge Amado e Universal: Um olhar inusitado sobre o homem e a obra revela uma personalidade pluralista. Conhecido por livros cujos temas abordam sobretudo a Bahia, o autor transcendeu o tema, versando também sobre igualdade social e racial e sobre um Brasil mais homogêneo. “Ele pregava a tolerância, o respeito e a troca cultural. Não foi à toa que em um dos espaços colocamos elementos da umbanda, candomblé, catolicismo popular, judaísmo e do islamismo”, explica a organizadora de conteúdo da mostra Ilana Goldstein.

Em cartaz no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, a mostra está dividida em módulos, cada um deles dedicado a um aspecto marcante na vida do autor: os personagens, a faceta política do escritor, a malandragem e a sensualidade presentes em sua obra, a Bahia (re)inventada por Jorge Amado e um espaço com depoimentos de amigos, artistas e críticos. A filha mais nova do escritor, Paloma Jorge Amado, se emocionou com o que viu. “Essa exposição retrata tão bem esse homem que está completando 100 anos e é atemporal. Quem entrar aqui vai entender tudo, e isso é o mais importante”.

A exposição celebra o centenário de um dos maiores escritores brasileiros e propõe que os visitantes conheçam traços de Jorge Amado que acabaram ofuscados por versões que deram origem a novelas, filmes e séries de TV. “Todo mundo tem um Jorge Amado na cabeça. Queríamos uma exposição a partir da qual o visitante pudesse sair com 700 Jorge Amado. A exposição vai mostrar para as pessoas quem era ele, o que era a Bahia, como era o mundo e o que ele fez”, explica o diretor da exposição William Nacked.

A mostra fica em São Paulo até 22 de julho, quando segue para o Museu de Arte Moderna da Bahia (de 10 de agosto a 14 de outubro de 2012).
 
Serviço

Jorge Amado e Universal: Um olhar inusitado sobre o homem e a obra
Museu da Língua Portuguesa - Praça da Luz, s/nº - Centro, São Paulo
Tel.: (11) 3326.0775
Ingresso: R$ 6,00 (pagamento somente em dinheiro).

Até 22 de julho