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Itapira, 28 de Novembro de 2024
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19/08/2012 | Flávio Mazetto: Uma crítica à educação para a crítica social II

 veja primeira parte do artigo em http://www.cidadedeitapira.com.br/?pag=noticia_detalhe&id=8955&titulo=-%20Not%EDcias%20/%20Fl%E1vio%20Eduardo%20Mazetto:%20Uma%20cr%EDtica%20%E0%20educa%E7%E3o%20para%20a%20cr%EDtica%20social

 

O objetivo é prepará-lo para a reestruturação produtiva do neoliberalismo. Isto está registrado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e também na proposta educacional da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Ou seja, propugnar por uma perspectiva de ascensão social pela via da educação é responsabilizar o próprio individuo de seus pretensos fracassos, quando, em realidade, as desigualdades sociais são constitutivas da própria lógica capitalista. Neste sentido, é um problema a proposta de formação de caráter e preparo para os novos desafios lançada pelo candidato Alberto, pois não existe uma relação direta entre educação como anteparo contra violência e drogas, pois estas são realidades sociais decorrentes da própria lógica de sociedade que vivemos. Por isto, insistimos aqui numa educação critica e rebelde, o que não é a tônica dos discursos de nossos candidatos.

Os candidatos fecham toda a discussão numa linha meritocrática de busca do sucesso individual. Não há qualquer menção à diminuição do número de alunos em sala de aula; à redução da jornada de trabalho dos professores (deve-se anotar aqui que o PSDB, do candidato Paganini, não cumpre a redução da jornada no Estado de São Paulo); a um projeto integrado esporte-educação com o foco no desenvolvimento integral do ser humano; não se crítica o universo das escolas particulares (nem mesmo se fala em taxação a estes estabelecimentos) que ganham com o sucateamento da educação pública; nada se diz sobre conselhos educacionais deliberativos com ampla participação de professores e comunidades na condução de uma pedagogia crítica para a crítica da sociedade consumista e capitalista que vivemos (aliás, os três candidatos insistem na ideia de cursos de capacitação, sem qualquer referência às condições trabalhistas e objetivas dos professores).

Não podemos julgar aqui as mudanças estruturais que os candidatos afirmam querer realizar. Percebemos, no entanto, que existe uma assimilação da ideia de melhoria educacional com aumento de infraestrutura. Manoel Marques cita vários elementos de evolução na educação itapirense no governo Bellini através do viés estrutural, que no fundo é acessório (a despeito de importante) para a qualidade da educacional, não enfatizando a questão central que se dá pelas condições do docente realizar o processo de ensino.

Devemos ressaltar que qualquer destas mudanças em nada vai alterar a função da educação que se torna mera treinabilidade para o mercado de trabalho (o que é um engano, pois o capitalismo não pode conviver com emprego para todos e precisa de uma reserva de desempregados para rebaixar o valor do salário dos trabalhadores), um verdadeiro assassinato ao projeto de uma educação que emancipe o ser humano. Esperemos que os candidatos possam aprofundar suas propostas educacionais, pois da forma como está nos resta a constatação de que seus modelos educacionais atendem os interesses do mercado educacional em detrimento da escola pública, gratuita e emancipadora.

 

Flavio Eduardo Mazetto (cientista político e professor) [email protected]

Fonte: Flávio Eduardo Mazetto

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