A AIPA (Associação Itapirense de Preparo do Adolescente) aproveita o período de rematrícula nas escolas para intensificar a campanha de inscrições para acolher novos aprendizes. O destaque fica para a oportunidade oferecida aos jovens acima de 18 anos que nunca trabalharam e que almejam adquirir experiência profissional.
O modelo de atendimento da Guarda Mirim, que completa 50 anos em 2014, vem sendo reformulada nos últimos cinco anos mediante exigências da Lei do Aprendiz, regulamentada por Lei Federal e pelos direitos e deveres estabelecidos pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Com as alterações, a entidade está apta a oferecer auxílio profissional aos jovens de 14 a 24 anos que não possuem experiência profissional. Além disso, foram feita adequações no prédio para oferecer novas salas de aula, biblioteca e anfiteatro, tudo dentro das normas de acessibilidade.
De acordo com a coordenadora pedagógica Rita de Cássia Poletini de Lucas, a procura de aprendizes com idade acima de 18 anos tem se tornado freqüente nas empresas e por esse motivo a entidade procurou maneiras de oferecer cursos de capacitação para suprir essa demanda de profissionais. “As empresas devem cumprir uma cota de jovens aprendizes em seu quadro funcional. Contudo, algumas vagas não podem ser ocupadas por menores de idade e as empresas partem na busca por maiores de 18 anos”, explicou.
A legislação vigente exige que o jovem aprendiz dedique parte de seu tempo ao trabalho laboral e parte em aulas teóricas, além da freqüência exigida na escola regular para os que ainda não completaram o ensino médio. “Eles trabalham seis horas diárias e participam de cursos na sede por mais duas horas ao dia”, explica Rita. Cada curso oferecido é de acordo com a área de atuação do aprendiz em seu local de trabalho. “Por exemplo, se o aprendiz trabalha na linha de produção seu curso será sobre isso e ele permanecerá no departamento até o término das aulas. Se o referido curso tem a duração de oito meses, ele fica o mesmo período no setor e depois ele muda de área e de curso, tudo para adquirir o máximo de experiência possível”, exemplifica a coordenadora pedagógica.
Cada jovem inscrito na entidade passa por um processo de seleção. Só se encaixam no perfil de aprendiz aqueles que, mesmo acima dos 18 anos, nunca tiveram nenhum registro em carteira. Eles participam de cursos preparatórios e são enviados ao mercado de trabalho de acordo com suas habilidades desenvolvidas. É importante ressaltar que trabalhos insalubres e que oferecem qualquer risco são descartados pela entidade. “Nós vistoriamos o local e analisamos com cautela o ambiente ao qual o jovem será encaminhado”, afirmou Rita de Cássia.
Caso o interessado em ingressar na Guarda Mirim já tenha passagem por outra entidade semelhante e já tenha registro de jovem aprendiz em sua carteira, o tempo trabalhado será reduzido, visto que a legislação permite que o trabalhador seja classificado como jovem aprendiz por somente dois anos. “Tomemos, por exemplo, um jovem que já tenha trabalhado por seis meses em outra entidade. Logo, ele poderá ficar mais um ano e quatro meses conosco”, salientou Ramon Vilela Sartorelli, assessor de imprensa e instrutor da AIPA.
Os interessados em realizar a inscrição na Guarda Mirim podem procurar a sede, que fica à rua Firmino Vieira da Silva Campos, 155, na Vila Boa Esperança, portando documentos pessoais. É recomendado aos maiores de 18 anos que levem também a Carteira de Trabalho para conferência prévia.
Somente em 2013, cerca de 250 jovens passaram pelo processo seletivo, estão participando de cursos e ingressando no mercado de trabalho. “Os jovens não conseguem entrar nas empresas porque não têm experiência e nós trabalhamos aqui justamente para deixá-los preparados”, reafirmou Rita.
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