Quando se é criança as atitudes dos adultos ficam gravadas para sempre em nossa memória. Se são atitudes de pessoas dignas, essas marcas permanecem por todo o sempre, transformando o responsável em um ícone a ser lembrado pelo resto da vida.
Conheci Hélio Pegorari nos meus tenros tempos de criança. Por estudar com o Sávio, o segundo de seus quatro filhos, estava sempre em contato com aquela família que morava nas imediações do Parque Juca Mulato, primeiro na José Pereira e depois na Rui Barbosa, curiosamente ao lado das residência de seu antecessor na Prefeitura, Benedito Alves de Lima.
Vez ou outra era na casa dos Pegorari que a gente estudava ou fazia a lição de casa passada pelas professoras do curso primário. E, sempre que via aquele senhor de semblante calmo, que transmitia segurança, me sentia feliz por conhecer uma pessoa como ele.
Empreendedor, tocava ao lado dos irmãos a fábrica de implementos agrícolas fundada pelo pai, Albano, no início do século 20. E seu empreendorismo acabou fazendo com que fosse escolhido, em 68, para ser candidato a prefeito da cidade.
E foi, justamente nas eleições de 68 que vivi intensamente minha primeira eleição, apesar de ser um menino de 11 anos. A disputa pela cadeira de prefeito tinha nomes respeitáveis como Hélio Pegorari, César Bianchi e Alcides de Oliveira, pela Arena, e Pedro Boretti, pelo MDB, que era a oposição.
Claro que eu não era eleitor ainda, afinal tinha apenas 11 anos. Mas pela proximidade da casa de meus avós paternos com a residência dos Bianchi, na João Pereira, meu candidato na disputa passou a ser o César Bianchi.
Acompanhei a apuração dos votos através da Rádio Clube e marcando atentamente cada urna em uma folha de papel de embrulho. Tudo muito bem feito, com a supervisão de minha mãe, que também gostava de acompanhar a apuração.
César Bianchi não ganhou. Ficou em terceiro, atrás do Alcides de Oliveira, que foi o segundo.
O eleito foi Hélio Pegorari, que foi um grande prefeito, governando a cidade de 69 a 72 e deixando um legado de importantes obras, a maioria debaixo da terra, por serem de infraestrutura, vitais para toda a população.
Hélio Pegorari foi embora desse mundo em julho de 2009, mas deixou por aqui um legado de boas ações. Foi casado com Mary Silva Pegorari, a professora Mey, outra pessoa de alma bondosa, e do casamento vieram os filhos Hélio, Domingos Sávio, Odair e Guilherme.
Hélio Pegorari não faz parte apenas da galeria de prefeitos que Itapira já teve, mas daquela que é formada por homens que deram sua contribuição para o progresso da cidade e o bem estar de seu povo. Ele ocupa lugar de destaque na gama de pessoas que deixam marcas de integridade e competência.
Prefeito Hélio Pegorari, ladeado pelo almirante Pedro Ernesto Carneiro Ribeiro, Calil Filho, Plínio Magalhães da Cunha, , professor Vinício Stein Campos e o presidente da Câmara, o vereador Antonio Celidônio Ruette na inauguração do Museu Histórico e Pedagógico Virgolino de Oliveira
Marcello Guerra (residente na Itália); Albano Pegorari e sua esposa Maria Guerra Pegorari; Maria José Pegorari de Freitas; Yvone Pegorari Vieira; Mary Silva Pegorari; Narcisa Pegorari (Nona); Clotilde Pegorari Pauletti; Lucy Zanovello Pegorari e Luiz Pegorari Neto. Agachados, ex-prefeito de Itapira, Hélio Pegorari; Lúcia Helena Pegorari Job, e Albano Pegorari Filho
Hélio Pegorari ao lado do time de futebol do IEEESO
Com a Esportiva Itapirense, campeã da 3ª divisão de 1969
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