Um encontro bastante incomum realizado na manhã do sábado, 23, nas imediações da Igreja Matriz de São Benedito, despertou a atenção das pessoas que passaram pelo local. O que mais chamou a atenção, além do público presente, constituído por estudantes dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia da Produção do IESI (Instituto de Ensino Superior de Itapira) foram pequenos objetos dispostos em bancadas e no solo, ao lado dos participantes.
Eram miniaturas de catapultas, artefato bélico que remonta do quarto século depois de Cristo e que pode ser classificado de acordo com o conceito físico usado para guardar e liberar a energia requerida para arremessar. As primeiras catapultas eram de tensão e, segundo historiadores, foram desenvolvidas na Grécia.
Conforme explicou o docente do IESI, Daniel Marcus Giglioli de Oliveira, esta foi uma atividade para exercitar a capacidade dos estudantes em desenvolver e agregar competências. “Quando citamos competência profissional, sabemos que devemos ter em mente três dimensões: Conhecimento, Habilidade e Atitude, estes conceitos são chamados de C.H.A. O objetivo do projeto foi justamente trabalhar estas três dimensões”, teorizou.
Ainda de acordo com sua explanação, a questão do conhecimento refere-se aos conceitos adquiridos através dos livros e aulas. Já a habilidade, significa, segundo Oliveira, “pegar o conhecimento do que foi aprendido em sala e transformá-lo em algo real, útil e que tenha uma aplicação prática”. Segundo explicou,os estudantes trabalharam várias questões, como projetar a catapulta, realizar cálculos e se prepararem para se atingir os objetivos da competição. “Também tiveram que responder questões como: Qual deve ser a velocidade que devo arremessar o projétil? Qual deve ser o melhor ângulo de arremesso?
Quais parâmetros devemos considerar para que o projétil atinja a maior distância possível? Com base nestas premissas, cada grupo teve que recorrer à teoria para materializar o seu projeto.Por fim , também foi trabalhada a questão da atitude como por exemplo trabalho em grupo, pro-atividade, liderança. “Os estudantes tiveram que realizar pesquisas, discutir sobre o tema e como em qualquer projeto, resolver conflitos, manter a motivação e resolver os problemas que surgiram durante o desafio”.
Os objetos construídos obedeceram a imposição de algumas regras: as dimensões máximas foram fixadas em 0,4m x 0,4m. Altura de 0,6m. Os materiais indicados foram madeira, PVC, palitos, plástico e borracha. A estrutura não poderia ser metálica, com pontas ou partes cortantes e o projétil foi uma bola de tênis.
O desafio consistiu ainda na observação de detalhes que envolvem leis da física, como a variação do ângulo pelo qual a velocidade que o projétil deve ser lançado para se atingir 10 metros; verificar se com esta velocidade o projétil consegue superar um obstáculo a quatro metros de distância, observar a variação do ângulo, mantendo a velocidade qual seria o alcance do projétil.
Participaram 27 grupos, com cerca de 120 estudantes envolvidos no evento. Daniel Oliveira elogiou o resultado final. “Todos os participantes trabalharam muito bem as três dimensões da competência: Conhecimento, Habilidade e Atitude. Apresentaram ótimos projetos, houve envolvimento e comprometimento na realização do desafio”, elogiou.
Ele disse ainda que provavelmente o evento será repetido no ano que vem e com a mesma proposição. OIiveira disse que a catapulta é um excelente objeto para o desenvolvimento de uma disciplina chamada cinemática dos sólidos, de grande importância dentro do currículo de Engenharia e que estuda o movimento dos objetos. Os estudantes com melhor performance foram agraciados com brindes.