Seguindo uma tendência que tem sido apontada pelos agentes econômicos como bastante preocupante neste final de ano, os itapi­renses de uma forma geral estão mais endividados do que há um ano. Segundo levantamento obtido jun­to ao escritório local do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) na sede da ACEI (Associação Comercial e Empresarial) , o número de pessoas com o nome sujo aumentou pouco mais de 39% com relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo Rafael de Oli­veira Pedroso, gerente da ACEI e responsável pelo SCPC, ao final de 2012 havia o registro de 4.709 pessoas com restrições de crédito na cidade e que contraíram juntas um total 11.169 dívidas em atraso. Até o final deste mês este número atingiu 6.554 de­vedores responsáveis por 16.404 atrasos em paga­mentos. Se for levado em consideração o volume de dinheiro envolvido, os números são ainda mais impressionantes. Em 2012 atingia R$ 2.246.866,60 e neste ano saltou para R$ 3.529,589,46.

É interessante observar a evolução da inadimplên­cia pelo valor da dívida contraída. Pelos dados do SCPC, em 2012 eram 11.169 registros a partir de R$ 50. Neste ano são 16.404 , um salto de qua­se 50% em um ano. Com relação ao percentual dos valores devidos, houve pouca alteração.A faixa que detém o maior número é de dívidas com somas de até R$ 500. Em 2012 representavam 40,50%, ou 4.523 no total. Neste ano foram computadas 6.450 (39,32). Em seguida vem aquelas cujo montante é de até R$ 50. Eram 3.407 em 2012 (30,50%) e neste ano o total saltou para 5.076 (30,94%). A terceira maior faixa é das dívidas até R$ 100. Totalizavam em 2012, 2.397 (21,46%) e neste ano são 3.474 (21,18%). Compromissos com até R$ 1.000 eram em 2012, 598 ( 5,35%). Neste ano são 1.009 ( 6,15%). Até R$ 2.000 eram 172 em 2012, ou 1,54%. Em 2013 são 274 (1,67%). Acima de R$ 2.000,00 esta­vam registrados em 2012 exatos 72 casos (0,64%). Este número quase dobrou de um ano para o outro. São 121 (0,74%) contra 72 (0,64%) que estavam nessa situação. Estes nú­meros corroboram com outro dado interessante. Em 2012 , 2.761 pessoas tinham somente uma dívi­da. Este número pulou para 3.704 este ano. De duas a cinco dívidas, eram 1.505 em 2012, e passou para 2.181 neste ano. De seis a nove dívidas eram 296 pessoas e em 2013 subiu para 432. Com 10 ou mais dívidas eram 147 em 2012. Este número subiu quase 100%, com 247 pessoas nesta situação, o chamado “devedor compulsivo”.

Pedroso avalia que estes dados trazem reflexo nega­tivo na economia local. “São dados que demonstram que um número menor de pessoas estará apto a gastar neste final de ano no comércio local. Este fato, aliado ao surgimen­to de outras opções de compras em cidades da região, reforça a necessida­de dos comerciantes locais criarem mecanismos para que as vendas não sejam comprometidas”, avaliou. Ainda de acordo com ele, a questão da inadimplência é algo que se verifica em todo o país. “Participamos recentemente de um en­contro estadual a cargo da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e este foi um tema dominante no encontro”, revelou.