O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou a construção imediata de 300 casas nas colônias da Cisjordânia ocupada, o que foi condenado como um ?crime de guerra? pelos palestinos e criticado pela União Europeia e Nações Unidas. ?Depois das consultas no gabinete do primeiro-ministro, a construção imediata de 300 habitações em Beit El foi autorizada?, informou, ontem (29), o gabinete de Benjamin Netanyahu, em comunicado, em alusão a uma colônia perto de Ramallah.
?Esta é uma construção prometida há três anos pelo governo, depois da destruição das casas na colina de Oulpena?, um quarteirão de Beit El onde os colonos tinham construído sem autorização, acrescentou o comunicado.
Ao mesmo tempo, foi anunciado o planejamento de mais de 500 habitações em Jerusalém-Leste, parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel.
Hanane Achraoui, da Organização de Libertação da Palestina (OLP), disse que os palestinos consideraram as ?atividades ligadas à colonização? israelense ?crimes de guerra?.
?Essas atividades inscrevem-se num plano dos dirigentes israelenses para impor a ?Grande Israel? na Palestina histórica e destruir a solução de dois Estados e a hipótese de paz?, acrescentou a dirigente palestina. Ela condenou ainda ?a escalada da colonização feita pelo governo extremista de Netanyahu.?
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembrou que ?os colonatos são ilegais face ao direito internacional e um obstáculo à paz?. Essas decisões ?são contrárias à intenção manifestada pelo governo israelense de procurar uma solução com dois Estados?, acrescentou, pedinco aos israelenses ?recuarem na sua decisão, no interesse da paz e de uma solução justa? para o conflito israelense-palestino.
?Essas medidas comprometem o compromisso do governo [israelense] de negociar uma solução com dois Estados no processo de paz no Médio Oriente?, reforçou a União Europeia.
Mais de 400 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia e outros 200 mil, em diferentes quarteirões de Jerusalém-Leste.
Dez anos depois da retirada unilateral israelense da Faixa de Gaza, a maioria dos israelenses é favorável a um regresso à colonização deste enclave palestino.
Netanyahu, reconduzido ao cargo nas eleições legislativas de março, prometeu durante a campanha a continuação da colonização e enterrou a ideia de um Estado palestino ao lado de um Estado israelense, mas rejeitou estas afirmações depois das eleições.
Mas o seu novo governo, que tomou posse em maio, está muito alinhado à direita, com uma grande influência de nacionalistas, ultraortodoxos e defensores da colonização.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2015-07/israel-ordena-construcao-imediata-de-300-casas-na-cisjordaniaComentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.