Em coletiva realizada na tarde de ontem, a secretária de saúde Rosa Ângela Iamarino e a chefe da Vigilância Epidemiológica Josemary Apolinário apresentaram o balanço da primeira quinzena do ano em relação à dengue. Ao todo, até o dia 13 foram registrados 220 novos casos, com concentração maior na região do Cubatão, Vila Ilze, Centro e Pé No Chão.
Conforme explicou Rosa, são várias possibilidades para esse número bastante elevado em menos de 15 dias, dentre eles o atraso de notificações, pessoas que já estavam contaminadas desde o ano passado e o tempo até que a doença se manifestasse e também os criadouros que estão sendo localizados. “Pelo que temos estudado, o importante é a retirada do criadouro, que é o que propicia a criação do mosquito. Quando eliminamos os focos, fazemos o bloqueio dos casos e também com as recentes ações de nebulização costal e fumacê, notamos uma eficiência muito grande”, pontuou.
No levantamento disponibilizado pelas autoridades de saúde, os dados apontam que entre dezembro do ano passado e a primeira quinzena de janeiro, 3.994 residências foram nebulizadas pelo sistema costal, 10.165 pelo carro do fumacê da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo) e 8.863 imóveis visitados pelas agentes comunitárias de saúde, sendo que em 151 deles foram encontradas larvas do Aedes aegypt. “Acho importante ressaltar que hoje estamos com 116 pessoas na rua e na próxima semana outras 20 da Secretaria de Serviços Públicos serão mobilizados para nos auxiliar. Iniciamos com as ações em outubro, sempre pautadas no protocolo do Ministério da Saúde e monitoradas pela Sucen, que é nossa grande parceira” frisou a secretária.
Questionada sobre a possibilidade do número real de casos registrados na cidade ser maior do que tem sido divulgado, Rosa disse que pode haver diferença devido à demora para que as notificações cheguem à Vigilância Epidemiológica. “A notificação compulsória é obrigatória para qualquer profissional de saúde que atenda um paciente com o diagnostico de dengue. Mas, infelizmente, há uma demora até que essas informações cheguem ao conhecimento da VE”, afirmou.
Ela também aproveitou para explicar que a solicitação de exames, inclusive o teste rápido, depende exclusivamente do médico que realiza o atendimento e, em caso de diagnóstico positivo, a notificação deve ser feita pelo profissional, bem como a carteirinha, seja nos estabelecimentos públicos ou particulares. Desta forma, ela refutou qualquer boato de que casos positivos diagnosticados na rede particular não estão sendo registrados.
Mutirão de Limpeza muda estratégia e atenderá os bairros durante a semana.
Teve início sábado o mutirão de limpeza em quatro bairros localizado na zona Leste da cidade para retirar bens inservíveis e entulhos que possam ser criadouros em potencial do mosquito transmissor da dengue. Os trabalhos começaram às 8h e privilegiaram todo o Cubatão, Jardim Tropical, Jardim São Francisco, Parque São Francisco e Jardim Raquel.
Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, foram escalados para a tarefa cerca de 150 servidores de várias secretarias, além de caminhões e retroescavadeiras. Agentes de saúde acompanharam os trabalhos para orientar os moradores.
Nesta terça-feira (20) e na quarta-feira (20) o Bairro do Nosso Teto, Jd. Itamaracá, Vila Ilze, Vila Izaura, Jd. Bonfim, Jd. Magali e Jd Ivete recebem o mutirão de limpeza com os caminhões e maquinas da secretaria de serviços públicos e as equipes de nebulização costal. Os moradores estão sendo orientados a colocar nas calçadas todo entulho que venha se transformar em criadouros do mosquito da dengue.
PPA’s abrirão aos sábados
Para mobilizar toda a equipe de saúde do município no combate à dengue e oferecer uma opção de atendimento aos pacientes que necessitarem de atendimento médico aos sábados, as Unidades Básicas de Saúde abrirão, excepcionalmente, nos próximos sábados (24 e 31) das 7 às 17h. De acordo com Rosa Iamarino, essa é uma alternativa para evitar a superlotação no Hospital Municipal.
Suspensão de eventos
A secretária de saúde e a chefe da Vigilância Epidemiológica negaram que há planos de suspender eventos de grande aglomeração de pessoas, como o Carnaval, devido à epidemia. “Ao contrário, usaremos o Carnaval como divulgação, com barraca e panfletagem. Além disso, o mosquito não pica à noite e sim durante o dia”, afirmaram.
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.