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Itapira, 04 de Janeiro de 2025
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14/10/2013 | Jovem precisou amputar dedo após cirurgia no HM

O jovem Otávio Felipe Soares, 18 anos, vem passando por um drama desde que deslocou o segundo pododáctilo (dedo do pé que fica ao lado do dedão) enquanto treinava jiu-jitsu no último dia 04 de setembro. Com fortes dores, foi procurar atendimento médico no Hospital Municipal de Itapira.

 
“Nós fomos atendidos pelo plantonista, que achou melhor chamar o ortopedista, que foi até lá e tentou colocar o dedo dele no lugar, mas não conseguiu. Então ele anestesiou, pois meu filho estava com muita dor, e tentou novamente, mas não teve sucesso”, conta a mãe Rosângela Soares.
 
Em seguida o médico decidiu imobilizar o local ferido e pediu que os responsáveis retornassem no dia seguinte para agendar consulta no ambulatório de ortopedia no dia em que o referido médico estivesse de plantão. “Ele iria tentar colocar o dedo no lugar e se não conseguisse iria fazer cirurgia”, explicou a mãe.
 
A consulta foi marcada para a quinta-feira seguinte, dia 12. Porém, Rosângela contou que houve um desencontro de informações e nada foi feito. “A moça não explicou direito, mas só disse que faltava um papel. Meu marido e meu filho acabaram voltando para a casa e só depois explicaram que ele ficaria internado. Porém, ele já não estava mais em jejum e não pode internar”, relatou. Passada essa data, a consulta foi remarcada para a próxima semana, no dia 19.
 
Nessa outra data, o rapaz compareceu ao hospital com todos os documentos e procedimentos necessários, como o jejum.
 
Chegando lá, foi informado pela recepcionista que o procedimento seria adiado mais uma vez, mas a moça não soube explicar o motivo exato do cancelamento.
 
Novamente o procedimento foi reagendado, desta vez para o dia 26. Nesse dia, o rapaz foi internado em jejum às 10 horas manhã e fez o procedimento cirúrgico por volta de 17h30. Ele teve alta no mesmo dia, recebeu as orientações para não molhar o pé e também sobre quais medicamentos teria que tomar.
 
O tratamento durou sete dias e o rapaz relatava à mãe que ainda estava com muita dor. Nesse momento, a mãe decidiu tirar a faixa e verificar como estava a recuperação. “Eu levei um susto. O dedo dele estava preto, como o da foto. Ele estava com muita dor e no mesmo momento o levei ao hospital novamente”, relatou a mãe. Novamente o médico plantonista acionou o ortopedista, que não era o mesmo, que confirmou que o dedo estava necrosado.
 
Imediatamente, a mãe do menino procurou um advogado, que a orientou a procurar um médico de confiança para fornecer um novo laudo. Foi quando ela acionou o médico Rafael Donisete Lopes, que já é conhecido da família por cuidar de sua sogra.
 
O médico atendeu o rapaz na Santa Casa de Misericórdia e afirmou que a situação fugia da normalidade. “Ele disse que o procedimento cirúrgico estava correto, mas que em algum momento durante todo esse período algo foi feito de modo errado, pois a necrose não podia ter acontecido”, afirmou a mãe. Um novo tratamento foi iniciado, com o intuito de reduzir a área que deveria ser amputada.
 
Finalmente na quinta-feira, 10, Otávio passou por um novo procedimento cirúrgico, dessa vez conduzido pelo médico Rafael Lopes. Ele teve cerca de 80% do dedo amputado e agora passa por cuidados diários com curativos, repouso e medicamentos especiais.
 
Indignada com a situação, a mãe resolveu trazer o caso à tona através da rede social Facebook. “Isso não precisava ter acontecido, meu filho perdeu um dedo por negligência médica. Ele não pensa sequer em usar chinelo, ir à piscina ou qualquer outra situação que exponha o pé dele porque está com vergonha. Eu só quero que alguém se responsabilize por isso, que alguém pague essa conta, não apenas financeira, mas psicológica”, disse Rosângela, que afirmou que irá tomar todas as providências cabíveis. “Tenho certeza que muitas pessoas já passaram pelo que meu filho passou e não podemos ficar calados”, exaltou-se.
 
 
A secretária de Saúde, Rosa Ângela Iamarino, declarou ter aberto uma sindicância para apurar todos os procedimentos envolvidos nesse caso. “Estou a par da situação, logo que tomei conhecimento e atendendo à determinação do prefeito José Natalino Paganini, instalei a sindicância para apurar todas as responsabilidades. E mais, estabeleci que não se medisse esforços para que o paciente fosse atendido e submetido a todos os procedimentos necessários, mesmo que exigisse remoção para hospitais especializados, mas a família preferiu mudar de hospital”.
 
Rosa Iamarino fez questão de esclarecer que a sindicância, além de construir um histórico dos acontecimentos e balizar eventuais questionamentos administrativos ou jurídicos, serve para aprimoramento dos serviços e do pessoal. O secretário de
 
Negócios Jurídicos e Cidadania, José Augusto Francisco Urbini, esclareceu que a Prefeitura em hipótese alguma fugirá das suas responsabilidades, mas nada poderá fazer antes que a Secretaria da Saúde apresente um relatório detalhado dos acontecimentos. Explicou, também, que neste governo, sempre que houver comprovação de imperícia ou negligência por parte de qualquer servidor público, o desligamento seguirá a conformidade da lei.
 
O prefeito José Natalino Paganini (PSDB) também comentou o caso “São essas coisas que deixa qualquer pessoa triste, ainda mais o prefeito. A gente sabe que em uma cidade como Itapira, essas coisas podem acontecer a qualquer momento, mas quando acontecem a gente sofre muito”. Paganini reiterou que nesses 10 meses de governo, apesar do que já foi feito, há muita coisa para colocar a casa totalmente em ordem, lembrando que sua principal prioridade é o Hospital Municipal, a saúde pública. Portanto, quer que a população tenha a certeza de que nenhum caso dessa natureza passará incólume na sua administração. “Vamos apurar, vamos oferecer aos envolvidos todos os direitos de defesa e vamos punir, exemplarmente, quando for o caso. Além disso, vamos trabalhar duro para reduzir esses acontecimentos indesejáveis”, disse. “Sei que zerar é praticamente impossível, dependemos de uma legião de servidores e muitos casos fogem do nosso controle, mas nós vamos buscar os melhores índices de atendimento na área da saúde.”
Fonte: Da Redação do PCI

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