Carregando aguarde...
Itapira, 26 de Janeiro de 2025
Notícia
08/09/2012 | Juca de Oliveira monitora incêndio a partir da Fazenda Sertãozinho

O ator Juca de Oliveira chegou na quinta-feira, 06, a Itapira depois de cumprir mais um período de permanência no Rio de Janeiro onde gravou participação de seu personagem (Santiago) na novela “Cult” do momento, Avenida Brasil, que vai ao ar diariamente no horário das 21h00 na Rede Globo de Televisão.

Ele recebeu a reportagem do jornal A Cidade no período da manhã na Fazenda Sertãozinho, de sua propriedade. Com um aparelho celular destes que fazem comunicação via rádio, ele conversava diretamente com o pessoal da Defesa Civil que naquele momento estava embrenhado num trecho de mata nativa tentando debelar um último foco de incêndio. “A vegetação rasteira ainda está um pouco úmida o que dificulta a disseminação do fogo, cenário diferente de anos anteriores quando o estrago foi muito maior”, explicava.

Juca procurava demonstrar tranqüilidade diante da situação. “Acho que houve um superdimensionamento do fato”, disse em referência às notícias que pôde observar em diversos meios eletrônicos que deram destaque ao incêndio, talvez, mais pelo fato de sua propriedade ter sido atingida de uma forma mais visível. Garante que há cerca de 15 anos houve um incêndio ainda pior. “Incêndio todo ano ocorre neste período, é inevitável”, conforma-se. Ao ser questionado como administrou a situação à distância tomando-se por base o fato dele estar ocupado com seu trabalho, Juca afirmou que a esposa Zu e a filha Isabela o mantiveram informado o tempo todo sobre a situação.

Ao comentar os estragos que pôde visualizar quando de sua chegada foi taxativo: “é uma situação que destrói você”, afirmou. O ator desde que adquiriu a propriedade há cerca de 40 anos, não tem medido esforços para recuperar sua mata nativa. Explicou que com o passar dos anos foi aprendendo a direcionar as atividades da propriedade rural de uma forma onde conciliasse atividades econômicas tradicionais que garantam remuneração com a sua percepção de criar um cinturão verde em torno dela. “Temos tentado nos equilibrar nesta tênue linha que garante o custeio das necessidades da propriedade, entre elas o processo de reflorestamento”, garantiu.

Senso Crítico

Mais à vontade, o ator, escritor e dramaturgo aproveitou o gancho para expressar sua visão e seu senso crítico sobre um assunto que em breve deve voltar às manchetes dos jornais, a aprovação do novo Código Florestal brasileiro que está em fase final de tramitação no Congresso Nacional. “Eu venho acompanhando esta questão com particular interesse e a mim causa um enorme espanto, uma enorme indignação o fato de parlamentares empenhados em aprovar uma legislação que assegura aos donos de terra  o direito de destruir ainda mais uma faixa de terra correspondente às margens dos rios, quando deveria ocorrer exatamente o contrário”, indignou-se, referindo-se  ao fato da Comissão de parlamentares que examina o assunto ter fixado quotas de preservação às  margens de cursos de água ainda menores do que havia sido negociado  anteriormente.

Juca não se esqueceu de dirigir um afago para o pessoal da Defesa Civil. “São pessoas bastante dedicadas, que se prestam a um trabalho de difícil execução e às quais devemos prestar toda nossa solidariedade”, enalteceu. Finalizando, deixou a título de sugestão uma idéia para as autoridades municipais. Ele defende que em épocas de estiagem, seja proibido, ou limitado o acesso de pessoas ao Morro do Cruzeiro, sob alegação de que o trânsito indiscriminado de pessoas amplia a possibilidade de que um incêndio como este último acarrete os problemas já conhecidos. “Seria uma medida de bom senso objetivando a prevenção deste problema”, sugeriu.

Juca de Oliveira conversou com a reportagem de A Cidade na manhã de quinta-feira passada.

Prejuízo ambiental pode ser irreparável segundo Bióloga

A bióloga Sara Monise de Oliveira, uma itapirense que faz curso de douramento em Educação Ambiental na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), comentou a pedido de A Cidade os efeitos que os recentes incêndios florestais trarão às propriedades atingidas nesta semana. “Infelizmente este tipo de estrago costuma ser irreparável”, afirmou.

Segundo Sara a vegetação nativa que circunda Itapira tem origem na mata atlântica e como tal sofre mais os efeitos dos focos de incêndio em comparação, por exemplo, com a vegetação do cerrado. “a vegetação típica de mata atlântica depende muito da umidade para sua preservação. Ela não possui defesa natural contra queimadas. No cerrado, por exemplo, as árvores possuem uma casca mais grossa, são mais enraizadas e a rebrota é mais comum depois das queimadas. Na mata atlântica isso já é mais difícil de ocorrer. Se levarmos em conta que estes eventos se repetem a cada ano, a tendência é que esta cobertura vegetal desapareça com o tempo”, ensina.

Outro efeito devastador ocorre, segundo ela, com relação à fauna. “Ninhos de pássaros são consumidos pelo foto contribuindo severamente para que se diminua a população destas espécies. Da mesma forma os animais como mamíferos de médio e pequeno porte, roedores e répteis acabam por ter o seu território já comprimido pela ação do homem ainda mais diminuído. Isto é de fato uma tragédia ambiental”, lamentou.

Sara é Mestre em Biologia e faz doutoramento em São Carlos

Fonte: Da Redação do PCI

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Veja Também
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

980 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2025 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções