Pouco mais de um ano depois de cruzarem o deserto do Atacama, no Chile, em suas motocicletas, os itapirenses Júlio Luiz Recchia e Fernando Trigo Martins partem este mês para nova aventura. Desta vez o destino é mais distante e fica bem perto da Antártida.
A viagem da vez terá cerca de 14 mil quilômetros e começa no dia 15 deste mês tendo como principal destino Ushuaia, a cidade mais ao sul de todo o planeta, localizada na Argentina, em uma ilha chamada Tierra del Fuego, e separada da Antártida somente pelo Estreito de Drake. “Iremos em duas motocicletas, eu com uma BMW F800 GS e o Fernando com uma BMW GS 650”, conta Recchia, que assim como o parceiro de viagem, é cirurgião-dentista. “Percorreremos algo em torno de 14 mil quilômetros em um mês e atravessaremos a Patagônia, em terras argentinas e chilenas, a Cordilheira dos Andes duas vezes, cruzaremos o Estreito de Magalhães, conheceremos o Parque Nacional Torres del Paine, uma das regiões mais intocadas do planeta, o Glaciar Perito Moreno em El Calafate, a região de Bariloche e Lagos Andinos, além de vulcões como o Villarica e a sentinela de pedra, o Aconcágua”.
Conhecer as belezas que a natureza oferece é algo que at rai os dois colegas, mas como o próprio Recchia admite, tudo tem um preço. “A natureza nos oferece todas essas belezas, mas para contemplá-las há que se ter muita disposição e pagar um preço, como as distâncias a percorrer que são enormes e o clima na Patagônia que é muito instável, pois sol e chuva podem acontecer várias vezes no mesmo dia, o vento é implacável e constante”, lembra. “Há relatos de viajantes que têm que esperar dias até o vento amainar. Somado a isso, a temperatura vai baixando quanto mais se vai atingindo latitudes mais ao sul, chegando facilmente a zero grau e a sensação térmica causada pelo vento na motocicleta leva a temperatura abaixo de zero, mesmo na Primavera, que é quando iremos”.
As dificuldades, de acordo com o planejamento dos aventureiros, inclui também a parte física. A Patagônia também não oferece muitos recursos, como postos de combustíveis, que não são muitos e o vento frontal pode ocasionar um gasto excessivo das motos. “Teremos que se levar galões extras de gasolina para garantir uma boa autonomia, pois se pegarmos muito vento contrário o consumo de combustível aumenta e ficar parado na Patagônia sem combustível não é uma boa ideia”, brinca Recchia. “Fizemos um bom planejamento e trocamos informações com outros viajantes, acredito que estamos bem preparados para a empreitada e que tudo vai dar certo”.
Assim como no ano passado, quando voltaram da vagem ao Atacama com uma enorme experiência nesse tipo de aventura, os dois esperam pelo mesmo resultado. “Voltaremos mais ricos em experiências, com a alma mais leve e creio que mais encantados com esse nosso planeta”, revela Recchia.
E, desta vez, a viagem será relatada em episódios semanais no A Cidade. Durante as paradas para o descanso, Júlio Recchia e Fernando Trigo passarão as experiências da semana através da internet para que possam ser perpetuadas nas páginas do jornal.
O Glaciar Perito Moreno é um dos pontos a serem visitados pelos aventureiros itapirenses
Júlio Recchia e Fernando Trigo Martins partem no dia 15 deste mês para o Sul do planeta
Aventura terá cerca de 14 mil quilômetros e um mês
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