Segundo informou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Itapira e Região, José Emílio Contessotto, durante audiência realizada ontem na Vara do Trabalho de Itapira, o juiz Flávio Landi determinou que a Copersucar efetue depósito no valor de R$ 3,6 milhões nos autos da Ação Civil Coletiva movida pelo sindicato contra o grupo empresarial Virgolino de Oliveira S/A Açúcar e Álcool, referente ao atraso no pagamento dos salários dos empregados. A audiência foi solicitada pelo sindicato para buscar um entendimento com as empresas com vistas à liberação parcial do depósito realizado pela Copersucar, no valor de R$ 6,732 milhões, para poder retirar o estoque de açúcar, álcool e bagaço de cana que havia sido arrestado na ação.
Com a solução imaginada pelo sindicato, seria possível quitar os salários atrasados, restando, porém, a concordância das empresas envolvidas na questão. “Propusemos desta forma porque sabemos que o montante seria suficiente para quitar os atrasados dos trabalhadores vinculados ao nosso sindicato”, disse o dirigente.
Como as empresas não concordaram com a reivindicação do sindicato, o juiz Flávio Landi determinou à Copersucar o depósito daquele valor, no prazo de cinco dias. O juiz da Vara do Trabalho de Itapira determinou, ainda, que a Virgolino de Oliveira informe o valor dos salários atrasados e demais obrigações devidas a cada empregado representado pelo Sindicato da Alimentação para posterior liberação dos valores a cada um.
Para o presidente do sindicato, José Emílio Contessotto – que participou da audiência juntamente com o advogado da entidade, Edson Luiz Netto –, a decisão do juiz foi bastante correta e levou em consideração o aspecto social, já que são cerca de 300 trabalhadores que estão sem receber seus salários há quase quatro meses. Ele acusou ainda os representantes dos empresários de falta de sensibilidade, ao analisar a questão. “Nada justifica que as empresas não tenham concordado com a proposta do Sindicato. Afinal, são mais de trezentos trabalhadores e suas famílias que estão passando por todo tipo de dificuldade, muitos sem ter como por comida dentro de casa”, acrescentou.
Para o advogado Edson Luiz Netto, que representa o sindicato , a concordância com a liberação dos valores depositados por parte das empresas, em especial pela Virgolino de Oliveira, seria benéfica para esta última, já que com o pagamento dos salários atrasados os trabalhadores retornariam imediatamente ao trabalho e dariam início aos preparativos para a safra de 2015. Isso sinalizaria, ainda, a viabilidade econômica da empresa, facilitando seus contatos com eventuais investidores ou a obtenção de crédito, segundo seu entendimento. A direção das empresas ainda podem recorrer da decisão.
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