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Itapira, 27 de Dezembro de 2024
Notícia
18/09/2017 | Luiz Santos: Domínio Próprio

“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1.Pe. 5.8).

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos” (Gl 5. 22-24).

Muitos são os efeitos da queda na natureza humana. Os efeitos noéticos são aqueles que dizem respeito à nossa capacidade intelectual. Nossa inteligência ficou seriamente comprometida. Nosso julgamento e nosso raciocínio estão condicionados pelo pecado, de modo tal, que nem sempre discernimos com clareza e com base na verdade e nem sempre julgamos retamente todas as coisas. No que diz respeito às verdades transcendentais, sobre tudo essas, nunca temos acesso a elas desprovidos do auxílio da graça. Quando interessados, à parte da influência do Espírito Santo, fabricamos nossos ídolos, cultuamos a nossa própria vaidade e a nossa sensualidade. Vale para os nossos desejos e apetites, o que dissemos de nossa mente e de suas operações intelectuais. A nossa vontade e as nossas inclinações também foram afetadas gravemente pela presença do pecado. Arrastados pela cobiça do nosso coração, somos quase que controlados por nossos apetites, de modo que se a nossa vontade não for modificada e submetida, andaremos somente atrás de nossos deleites. Na verdade, não fazemos muitas coisas contrariados.  Não seriamente contrariados. Mas, nos apressamos em correr, e suportamos até mesmo alguns dissabores, para no fim tomarmos posse daquilo que nos dá gozo. Quando não estamos sob a poderosa influência do Espírito Santo, agindo por meio de nossa natureza regenerada, tudo o que fazemos é viver em contínua insatisfação. E, quanto mais damos à carne o que ela reclama e deseja, mais insatisfeitos ficamos e quanto mais insatisfeitos, mais dados ao excesso. Essa insatisfação pode ser comparada ao uso de substâncias proibidas. Temos a necessidade de aumentar a doses e mesmo a potência, substituindo drogas mais ‘leves’ por substâncias mais poderosas. ‘Mutatis mutandis’, a verdade e a experiência são as mesmas. Além dos excessos, andamos á cata de novas e mais prazerosas experiências. Não por nada vivemos numa sociedade de ostentação vertiginosa, busca enlouquecida de prazeres sensoriais (nem mesmo a religião escapa disso) e de vidas e relações fragmentadas e diluídas. Poderíamos incluir aqui questões complexas de moralidade como o aborto, o ‘transgenismo’  e outras formas e práticas em nome da felicidade e do prazer que toca os excessos. Mas essa é uma discussão para outra hora. O cristão maduro, que de fato nasceu de novo e tem o Espírito Santo e busca a orientação na Palavra de Deus, aos poucos e sempre progressivamente, vai produzindo o fruto desse Espírito em que o domínio próprio é parte do caráter que é formado no discípulo que se configura a Cristo. O domínio próprio nada mais é do que a sujeição da natureza carnal, da vontade, do desejo, e do prazer à mente racional curada pelo Espírito Santo e a vontade de Deus. O Cristão não se pergunta apenas se pode ou não pode, mas também se deve fazer esta ou aquela escolha. Ele pode assim proceder: Ir à Lei para ser restringido moralmente em sua ação. Ir ao Evangelho para conduzir-se em sua ação recebendo orientação. Olhar para Cristo e imitar o seu Senhor. Nos três casos, é sempre o Espírito quem ilumina, conduz e empodera a vontade para agir em conformidade com o novo estado em que esse homem regenerado se encontra. O domínio próprio nos leva a evitar todo e qualquer excesso, inclusive os lícitos e aceitáveis. Qualquer coisa que possa tirar do cristão a sobriedade é por si mesmo estranha e pecaminosa. Excessos na comida que enfermam o corpo, na bebida que roubam o discernimento, no trabalho que escravizam, no lazer que tornam o homem e a mulher superficiais, na religião que o fanatizam e em qualquer outra área são contrária a vida em Cristo. Mas, também precisamos de domínio próprio sobre o nosso temperamento, devemos ter comedimento quanto à ira. Homens e mulheres de pavio curto não fazem jus ao Mestre Jesus manso e humilde de coração. Precisamos de domínio sobre a língua, devemos ser moderados no falar, usar linguagem sóbria e nunca sermos detratores ou fofoqueiros. Precisamos de equilíbrio na mordomia de nossos bens, tanto o pródigo quanto o avaro não vivem vidas que demonstrem confiança e gratidão para com as provisões de seu Senhor. Uma vida de domínio próprio nos ajudará a saborear e a viver cada aspecto da vida com mais sensibilidade, prazer, contentamento e alegria. Domínio próprio e o outro nome da felicidade.

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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