A Epifania do Senhor é a solenidade que exalta a manifestação de Deus ao mundo na pessoa de Jesus Cristo. Desde o pecado de Adão e Eva, Deus toma a iniciativa e vem ao encontro da humanidade para se revelar como o Deus que salva. A palavra Epifania é uma palavra grega que significa “manifestação”. A primeira Epifania do Senhor foi a manifestação de Jesus aos Magos do Oriente. Os Magos representam todos os povos, raças, tribos e nações que vão a Cristo para adorá-lo. Portanto, o que celebramos nesta solenidade é a boa notícia do nascimento do Salvador do mundo, e esta não ficou restrito somente aos judeus, mas através da estrela que guiou os magos, a boa nova da salvação alcança todos os povos. Esta solenidade é ordinariamente celebrada no dia 6 de janeiro ou no domingo mais próximo desta data. Podemos dizer que o Natal e a Epifania estão estritamente ligados, pois que enquanto que no Natal celebramos a Encarnação de Cristo, na Epifania, celebramos a sua humanidade manifesta a todo o mundo. Por que devemos considerar está solenidade nos dias de hoje? Porque ela nos ensina uma lição muito importante: A universalização da salvação. A partir de Cristo, todos os povos têm acesso a salvação de Deus por meio da Graça e fé no Cordeiro de Deus. Confirmamos isto ao lermos um trecho do livro de Apocalipse, no qual o apóstolo João tem uma visão do trono de Deus. Ele escreve: “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém poderia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono de diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7.9-10). Deus, em sua graça e generoso amor, envia Jesus não apenas como salvador do povo da aliança, mas estende a salvação a todos os que nele crê. Isto é um motivo de alegria para nós hoje, pois somos alvos desta manifestação, graça e salvação. A Epifania do Senhor nos remete ao amor de Deus, conforme João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus envia seu filho ao mundo em amor, e neste mesmo amor, Jesus, após a sua vitória sobre o pecado e a morte na ressurreição, envia a Igreja ao mundo no poder do Espírito Santo: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho” (Mc 16.15); “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Após a ascensão de Cristo ao céu, a manifestação de Cristo aos povos se dá pelo anúncio das boas novas por todo o mundo através da igreja. É por meio do anúncio do evangelho que as nações se encontram com o seu Salvador. Assim sendo, a festa da Epifania é uma celebração missionária, pois é a Igreja que é enviada para ir ao encontro dos povos! A base desta ação missionária deve ser, acima de tudo, o amor a Deus, a sua Palavra e ao próximo. O amor nos identifica como discípulos do Salvador. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: Se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35). O zelo pelos mandamentos do Senhor também nos diferencia dos demais: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que ama” (Jo 14.21). Do amor nasce nosso compromisso com Deus e o próximo. A igreja, como Noiva de Cristo, deve se alegrar e se deleitar em seus mandamentos, mas também vigiar para permanecer neste amor. Como noiva, a igreja pode ser fiel ao seu Noivo sem amá-lo com toda sua devoção. Ela pode cumprir com seus deveres, mas não motivada por um amor profundo. O amor deve ser a marca missionária da igreja, sem o qual, nossos dons, conhecimentos, zelo teológico ou qualquer outra coisa, não terão valor algum. Concluindo, a Solenidade da Epifania do Senhor nos remete a manifestação salvadora de Cristo aos povos e isto implica a nós, cristãos, anunciar o evangelho por todos campos, vilas, cidades, nações. Este anuncio é alicerçado no amor a Deus e ao próximo. Deus nos ajude a sermos fiéis luzeiros neste mundo em trevas!
Reverendo Vinicius Rodrigues de Oliveira é Capelão no Instituto Samaritano de Proteção Social e pastor colaborador fraterno na Igreja Presbiteriana Central de Itapira.
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