“Volte ao primeiro amor.” (Ef 2. 5 b Ed. Pastoral)
Ah, junho chegou! Dia dos namorados, é o mês dos apaixonados. Tudo muito bom e bonito, mas, como eu gostaria que este “enamoramento” fosse também pela Igreja e esta paixão toda fosse direcionada ao Senhor Jesus Cristo. 138 anos depois corremos o perigo já da fossilização da Igreja engolida pelo formalismo dos usos e costumes herdados, de nossa tradição local gerada no seio das famílias.
Com o passar do tempo um dos grandes perigos que rondam a vida cristã em comunidade é a mesmice, o automatismo, o fazer as coisas sem crítica, sem o envolvimento completo e total da mente e do coração. Quando a igreja fica refém de sua agenda e de seus planos e estratégias, que só fazem repetir no ciclo dos anos as mesmas coisas que sempre fazemos, então está na hora de acender a luz amarela. Estamos em estado de fossilização, nossa presença e atuação podem não mais ser relevante, transformadora, impactante, profética e missionária. Pode ser que nos institucionalizamos tanto que já não encontramos a dimensão carismática, espiritual e sobrenatural de nossa missão no mundo de ser o corpo místico de Cristo, o sinal do Reino e o germe da nova humanidade.
Uma igreja deve renovar-se na Palavra de Deus e no Espírito constantemente para permitir que sua estrutura seja um meio e não um fim. Para que sua agenda seja o princípio que garanta ordem, coerência e objetividade pastoral e não um receituário de vida de igreja, os cristãos devem sempre estar atentos ao que o Espírito diz à Igreja. O Espírito fala de dois modos à Igreja. Fala instruindo e edificando pela audiência racional e religiosa da Palavra de Deus fielmente exposta, fala pelos sinais do tempo, pelos sinais emitidos pelo mundo, suas carências, necessidade, desesperos, sofrimentos e conquistas. Então, instruída pela Palavra a Igreja é desafiada pelo mundo e provocada a dar uma resposta Bíblica como cumprimento de sua razão de ser no plano de salvação.
Há 138 anos o irmão Jacó Bologna e os missionários Chamberlain e Edward Lane não poderiam sonhar com a longevidade da obra por eles iniciadas. Daqui saíram pastores, missionários, lideranças leigas, lideranças políticas e homens e mulheres inseridos com excelência e qualidade inspiradas no Evangelho no campo da educação e no mundo dos negócios. Isto sem falar evidentemente, em todas as vidas aqui transformadas pela pregação do Evangelho, pelos casamentos que foram reconstruídos à luz das Escrituras e das muitas orações, de pessoas libertadas de vícios sociais e químicos. Quantos milagres morais estas paredes testemunharam ao longo dos séculos! Mas, quantos pecados não confessados e quantos fracassos espirituais, quantos escândalos estas paredes também não encerram em seu silêncio eterno? Mas, se nós nos calarmos, as pedras gritarão um dia.
Que presente a IPCI mereceria ganhar de seus filhos no mês de seu aniversário? Elenco alguns aqui:
1. Filhos efetivamente engajados e afetivamente interessados em seu desenvolvimento. Homens e mulheres generosamente inseridos em um contexto ministerial, útil e abençoador para a comunidade e ainda sonhando e projetando em oração dias ainda mais felizes na Igreja; 2. Filhos que demonstrem nos gestos e nas palavras que são incondicionalmente apaixonados por Jesus. Que 1000 vezes preferissem morrer do que pecar contra tão doce salvador. Homens e mulheres preocupados e ativos em sua santificação progressiva, sem desânimo, sem satisfação com o pouco que possuem, mas, desejando mais de Deus, seu conhecimento e seu poder.
3. Filhos Profetas! Homens e mulheres equipados da Palavra e de dons espirituais, habilitados e capacitados para servirem nas mais variadas esferas da sociedade levando o anúncio e o testemunho de Cristo, implantando o Reino de Deus no local que estejam inseridos para ganhar a própria subsistência.
4. Por fim, Filhos que não se deixem fossilizar por humanas tradições, que não extingam o espírito, que não apaguem o amor, que não se deixam secularizar e que se renovem a cada dia para viverem na liberdade dos filhos de Deus.
Bom mês de aniversário para todos nós.
Reverendo Luiz Fernando
Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira
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