“Todos os vossos atos sejam feitos com amor”. (1Co 16. 14).
Um crítico do Evangelho escreveu certa feita que nada estava mais fadado ao fracasso do que crer e ser discípulo de Jesus. “Um mestre de carreira oscilante, de fama duvidosa, pobre e que foi assassinado entre ladrões. Um bando de discípulos vacilantes, dentre os quais um foi seu traidor, outro o negou e os demais fugiram. E todos sem exceção morreram sem glória.” Há uma verdade nisso aí, “todos morreram sem glória”, é exatamente aqui que reside o sucesso e a vitalidade da Igreja, o fato de a glória não ser usurpada de quem de direito, a saber, o Senhor Jesus.
George Müller foi um pastor e um ministro bem sucedido e uma vez indagado sobre o segredo desse sucesso, respondeu sem titubear: “O segredo é que George Müller morreu já há alguns anos.” Isto é, esse ministro aprovado por Deus não buscou glória e sucesso para si, não quis os louros da glória por alguma coisa que não resultara simplesmente de seus talentos pessoais.
A Igreja e seus membros e oficiais precisam redescobrir este caminho do esvaziamento pessoal, da negação do ego, do desaparecimento da personalidade para que Cristo e só Ele fique na evidência. Que Ele e só Ele receba o reconhecimento e a gratidão dos homens.
Em uma comunidade onde a liderança é muito ciosa de seu status, de sua posição, e se julga muito necessária e indispensável, aí sim as coisas começam a ficar complicadas, pois se tudo o que eu quero é fazer prevalecer a minha opinião, se o que eu digo deve ser assumido por todos como a voz da verdade e se eu e mais ninguém pode decidir no meu departamento ou na minha área, então fica evidente que eu quero ser o protagonista da história e não posso dividir a cena com ninguém....nem com Jesus.
Os atos de uma liderança madura, eficiente, biblicamente orientada, são marcados pelo amor. Amor em primeiro lugar a Deus o Pai, a seu Filho Jesus nosso Senhor e ao Espírito Santo nosso consolador. Amor à Igreja sua dileta noiva e seu corpo espiritual. Amor pelos santos em particular, pelos que foram salvos conosco e introduzidos na família dos filhos de Deus. Amor pelo Evangelho e pelos perdidos deste mundo. Só este amor pode livrar-nos do apego ao cargo ou função. Só este amor pode proteger-nos contra a vaidade exacerbada de nossa pretensa autoridade. Só este amor nos faz vazios, despossuidos de glória própria para sermos revestidos da glória de Deus.
Você ainda se encanta com elogios e ainda tem necessidade que alguém reconheça a sua capacidade? Você ainda anda preocupado com a aprovação ou não dos outros. Lembre-se de João Batista, Paulo, George Müller e tantos outros cuja a própria vida não significava coisa alguma ante o conhecimento e o amor de Jesus.
Reverendo Luiz Fernando
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