Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Caracas – Nicolás Maduro foi juramentado como presidente interino da Venezuela. Ele solicitou ao Conselho Regional Eleitoral (CNE) que convoque eleições presidenciais em 30 dias, como determina a Constituição. A cerimônia ocorreu ontem (8), às 19h30 (22h00 no horário de Brasília), no Palácio Federal Legislativo.
Após receber a faixa presidencial do presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, Maduro disse que conversou com a presidenta do CNE, Tibisay Lucena e pediu que todos os marcos constitucionais para o processo sejam respeitados. “Na data fixada pelo CNE faremos eleições e desde então vamos para as ruas”, declarou.
O presidente interino jurou lealdade e prometeu seguir o caminho traçado por Hugo Chávez, cujo corpo continua sendo velado na Academia Militar do país. “Se for a vontade de Deus, da pátria e do glorioso povo, a Venezuela seguirá a rota que Hugo Chávez fixou na construção do socialismo”, disse.
Antes da posse de Maduro, o líder oposicionista e governador do estado de Miranda, Enrique Capriles, convocou umaconcedeu uma entrevista à imprensa. Ele pediu um minuto de silêncio em homenagem a Hugo Chávez. Capriles destacou que “era adversário do ex-presidente, mas não seu inimigo”.
Capriles criticou Maduro e o Tribunal Superior de Justiça (TSJ). Segundo o líder oposicionista, o Artigo 233 da Constituição permite apenas que Maduro permaneça no cargo interinamente até as eleições, mas sem mudar o status de vice-presidente para presidente.Para ele, a sentença do TSJ, que designou Nicolás Maduro como presidente encarregado, é uma “fraude constitucional”. “O TSJ não decide quem é o presidente. Quem decide é o povo e ninguém votou em Nicolás Maduro para presidente”, declarou.
Capriles convocou o povo do país a protestar antes da posse com um “panelaço” e por cerca de meia-hora o barulho do bater das panelas foi
ouvido em alguns bairros em casas e edifícios. Mas os chavistas também reagiram e responderam ao sonar das panelas com o coro “viva Chávez”.
A Mesa da Unidad Democrática (MUD) que concentra os partidos de oposição, ainda não anunciou quem representará os oposicionista nas eleições.
Edição: Aécio Amado
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