Uma parceria entre a Secretaria de Cultura e Turismo de Itapira e a empresa Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos tornou possível a realização do Concerto da Orquestra Bachiana, sob o comando do renomado maestro João Carlos Martins. O evento acontece no domingo, 20, às 19h00, no Clube de Campo Santa Fé.
Esta será a segunda vez, em dois anos,que a Orquestra Bachiana e o maestro João Carlos Martins se apresentam na cidade. Em 12 de outubro de 2011 um grande público lotou o salão social do Clube de Campo Santa Fé para acompanhar a atração.
De acordo com Marcello Dragone Iamarino, diretor de Cultura e Turismo, o espetáculo de música clássica promete atrair grande público, pois se tornou comum a realização desse tipo de evento aos domingos no salão social do clube. Além disso, a entrada é franca e os ingressos são adquiridos mediante entrega de um quilo de alimento não perecível, que será entregue ao Fundo Social de Solidariedade e encaminhado às entidades assistenciais do município.
O espetáculo também contará com a presença de artistas itapirenses, que trarão em seu repertório músicas populares, fazendo com que a mistura de estilos valorize ainda mais a apresentação musical.
Iamarino ainda falou da importância da parceria entre a secretaria e a empresa Cristália, uma vez que contempla também outras atividades, como o Projeto Planeta Água. “Teremos a visita de um ônibus que ficará em Itapira por quatro semanas. Nesse período, alunos das redes municipais, estaduais e particulares, de seis a 11 anos, poderão participar de atividades relativas ao tema, como peças teatrais em tenda montada pela equipe”, explicou o diretor. A chegada do ônibus está prevista para o dia 28 e ele ficará locado no Parque Juca Mulato. A programação completa será definida na próxima semana.
Um exemplo de superação
João Carlos Gandra da Silva Martins é um pianista e maestro brasileiro e já se apresentou em Itapira em outubro de 2011. Apontado como o maior intérprete de Bach, começou seus estudos ainda menino. Aos oito anos venceu um concurso sobre obras de Bach, em que foi inscrito pelo pai. Começou a estudar no Liceu Pasteur e, com 11 anos, já estudava piano por seis horas diárias.
Martins ganhou visibilidade mundial logo em seus primeiros concertos. Aos 20 anos estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano.
Devido a vários problemas de saúde, João Carlos Martins ficou afastado do piano por vários anos, devido a uma atrofia nos dedos por conta de uma queda e outras por distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort). Em 20 de maio de 95, durante um assalto na cidade de Sofia, na Bulgária, foi golpeado na cabeça com uma barra de ferro, provocando uma sequela neurológica que comprometeu o membro superior direito. Ele precisou fazer trabalhos de reprogramação cerebral, mas voltou a apresentar problemas no braço direito e também na fala.
Com o correr dos anos, também desenvolveu, no membro superior esquerdo, uma doença chamada contratura de Dupuytren, que provoca contratura e espessamento da fáscia palmar. Achando que teria de abandonar a música, Martins continuou se esforçando para continuar tocando, fez diversos tratamentos e intervenções cirúrgicas. No ano passado, voltou a se submeter a uma cirurgia no cérebro para a implantação de dois eletrodos, com um estimulador eletrônico no peito, para recuperar os movimentos da mão esquerda, atrofiada.
Sucesso em todo o mundo e exemplo de superação, Martins continua percorrendo diversos locais levando música e história para os espectadores. Além disso, realiza um programa de introdução à música com jovens carentes na FAAM) Faculdade de Música na Faculdade da Amazônia.