O problema foi notado por integrantes da AIPA (Associação Itapirense de Proteção Ambiental). Pouco acima da estação de captação de água do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos) existe uma concentração de poluentes que provoca uma espécie de mancha.
“É uma situação que ainda que não represente algum tipo de ameaça concreta para a população em geral, é um cenário deprimente ver o ribeirão daquela forma, sobretudo a poucos metros de onde o SAAE capta a água distribuída para nossa população”, comentou o servidor público federal Antonio Carlos Avancini, o Tatão, presidente da AIPA.
Ele revelou que há cerca de 15 dias um grupo da AIPA realizou no trecho urbano do ribeirão uma espécie de limpeza das margens, com recolhimento de lixo. “Além dos elementos já conhecidos, como garrafas pet e latinhas, havia até carcaça de animal morto, num sinal de que as pessoas continuam desrespeitando nosso principal curso de água”, afirmou. Este trabalho resultou na percepção de que a forte estiagem é outro fator que vem colaborar para a criação destes bolsões de concentração de poluentes. “A vegetação à mostra acaba represando os poluentes”, avaliou.
Ele defende que a Prefeitura poderia tomar a iniciativa de fazer uma limpeza no leito do ribeirão, uma espécie de dragagem para que a situação seja amenizada. Questionou ainda a exploração de argila e areia acima do local onde foi registrada a concentração de poluentes neste período de estiagem. “Causa impressão de que esta atividade feita por dragas ajuda a piorar o aspecto do ribeirão e talvez fosse o caso de restringir a extração de areia e argila durante este período de estiagem”, defendeu.
Avancini disse que na quarta-feira, 25, haverá reunião ordinária do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) e que o assunto será levado para debate. Ele acha que a atual situação é oportuna para que as autoridades do município voltem a debater a adoção de um programa de conscientização de proprietários de terra acima do local de captação de água para a adoção de medidas que mitiguem as agressões sofridas pelo curso de água. “É uma antiga reivindicação que a AIPA vem encampando, mas que, até o presente momento , não teve respaldo de sucessivas administrações municipais, infelizmente. O momento é bastante oportuno para colocar este tema na ordem do dia”, concluiu.
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