Questionado que tipo de atuação pretende ter nesta nova investida, Lima defende que a categoria dos cirurgiões dentistas carece de uma ação coordenada para a sua revalorização. Segundo seu entendimento a classe está desamparada em comparação a outras categorias profissionais, como por exemplo a dos médicos. Uma das bandeiras, que garante que a atual diretoria do sindicato vai defender em várias esferas é a isonomia entre os vencimentos dos dentistas e médicos que trabalham no serviço público. Outra questão que segundo ele já está sendo encaminhada em nível de Congresso Nacional é a obrigatoriedade da presença de um cirurgião dentista dentro das equipes que compõe as UTI (Unidades de Terapias Intensivas).

 

Ele explica que quando um paciente permanece por um período prolongado dentro de uma UTI existe sempre o risco dele ter manifestado infecções oportunistas a partir da arcada dentária, citando como a mais conhecidas e letais delas a endocardite bacteriana. Em uma outra frente o sindicato está atento ao que classificou como sendo exploração dos planos de saúde sobre os profissionais .

 

Além das tradicionais bandeiras de luta, o Soesp disponibiliza aos associados - estimativa de cerca de 30% de pouco mais de 100 mil dentista em todo Estado de São Paulo - aquilo que definiu como sendo cesta de benefícios, que inclui seguridade social e assistência jurídica. Acentuou ainda que embora a classe tenha outras representações corporativas como a Associação dos Cirurgiões Dentistas e o Conselho Regional de Odontologia, cada uma delas focaliza um determinado objetivo e quando existe um tema que catalise a aspiração de toda a categoria estas entidades se unem para a mesma finalidade. Um dos pontos que segundo ele a atual diretoria da Soesp pretende implantar é exatamente ter um representante em cada cidade paulista. A entidade existe desde 1937.

 

Faca de dois gumes

 

Maurício Lima garante que tem conseguido administrar melhor seu tempo e que a proximidade do final de um período de residência na sua especialização de maxilo-buco-facial fez parte do planejamento que o levou a ser indicado como diretor do Soesp. Ele lembra que de cerca de 20 cargos da direção, apenas dois são do Interior de São Paulo.

 

Questionado se pretende levantar a bandeira da isonomia de médicos dentistas também na cidade, o líder do prefeito na Câmara diz que sim. Mas faz uma observação: “no tempo certo”. Ele argumenta que nas atuais condições esse pedido seria inoportuno pelo fato da folha de pagamento da Prefeitura estar muito perto do chamado limite prudencial, que restringe a capacidade do município em gastar mais com mão de obra. Ele revelou que antes de encampar esta luta dos colegas dentro da Prefeitura, está travando uma outra ainda mais difícil, que é encontrar uma maneira de garantir pagamento de insalubridade a várias funções dentro do setor de saúde, principalmente para aqueles que ganham menos. “É uma equação difícil esta de se encontrar a resposta. O prefeito Paganini vem se debruçando sobre o assunto na tentativa de conceder este benefício de forma a contemplar o maior número possível de servidores que têm direito a ele sem, no entanto, comprometer as finanças da Prefeitura. Esta é no momento a causa principal que eu e outros colegas estamos empenhados em solucionar. Resolvendo esta, vamos cuidar, evidentemente, também das outras que estão em pendência”, prometeu.