As desonerações, os programas de qualificação dos trabalhadores e a ampliação do Simples Nacional ? regime simplificado de tributação para as micro e pequenas empresas ? têm permitido sustentar a criação de empregos, apesar do baixo crescimento econômico, disse hoje (3) a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, ela rebateu as alegações de que o desemprego tenha aumentado no início do ano e defendeu as medidas de estímulo à economia da presidenta Dilma Rousseff.
A ministra disse ainda que a taxa de desemprego de 7,1% no primeiro trimestre apontada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não pode ser comparada com a do último trimestre de 2012. Segundo a ministra, a comparação, feita da forma correta, mostra queda do desemprego.
?Quando o verão está muito quente, comparamos com outro verão, não com o inverno. O primeiro trimestre de 2014 só pode ser comparado com o primeiro trimestre do ano passado, porque o mercado de trabalho tem suas sazonalidades?, justificou. Por esse critério, o desemprego caiu em relação à taxa de 8% registrada nos três primeiros meses de 2013.
Em relação ao último trimestre do ano passado, o desemprego subiu de 6,2% para 7,1%. No entanto, segundo Miriam Belchior, esse tipo de comparação não pode ser feito. ?No fim do ano, o desemprego sempre cai por causa das contratações de Natal. A pesquisa do IBGE só revela os números brutos, sem desconsiderar esses ciclos sazonais?, alegou.
No acumulado em 12 meses, a taxa de desemprego da Pnad Contínua também caiu, de 7,1% nos para 6,9%. ?Esse também é um método correto de comparar porque a sazonalidade está incluída nas duas comparações?, acrescentou a ministra. A sazonalidade representa as oscilações típicas de determinadas épocas do ano em todos os mercados.
De acordo com Miriam Belchior, a Pnad Contínua confirma a queda do desemprego constatada em outros levantamentos, como a Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, e a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). ?Todas as pesquisas apontam na direção de um mercado de trabalho cada vez mais robusto e aquecido?, ressaltou.
Apesar do crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) de janeiro a março, comparado com o primeiro trimestre do ano passado, a ministra ressaltou que a economia brasileira continua gerando emprego com velocidade. ?Muitos economistas estão estudando esse fenômeno, mas o fato é que o governo tem desenvolvido um conjunto de ações que tem permitido sustentar a criação de emprego no cenário econômico atual?, destacou.
Segundo a ministra, a greve dos servidores do IBGE não afetou a divulgação da Pnad Contínua. ?Eu, assim como todo mundo, só fui informada dos números hoje, mas a pesquisa estava fechada há algum tempo, antes de a greve ser deflagrada?, explicou.
Editor Nádia Francohttp://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-06/medidas-de-estimulo-sustentam-criacao-de-empregos-diz-ministraComentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.