A cantora Mildred Aubry, filha do casal Milton e Alice Felix de Oliveira, radicada na Suíça e de férias em Itapira, cumpriu na tarde do feriado de 15 de novembro uma promessa que havia feito a amigos e familiares os quais possui ainda em profusão aqui na cidade apesar dos 26 anos de forçoso distanciamento .
Ela se apresentou para um público estimado em torno de 100 pessoas, a grande maioria composta de idosos atendidos pelo Lar São Vicente de Paula, local da apresentação. Prevista para ter início às 14h30, a “canja” que a cantora havia prometido desde que chegou a Itapira no primeiro dia de novembro iniciou-se meia hora depois. Durante 50 minutos ela interpretou doze canções, com direito a um ‘duo’ inesperado (e improvisado) com o documentarista Arlindo Belini, que cantou com acompanhamento de Mildred o hit sertanejo “Chico Mineiro”. Na plateia, Belini havia pedido para que ela interpretasse a canção e diante da explicação da cantora de que ela não sabia a letra, ele mesmo se ofereceu para cantar a música para delírio das pessoas presentes.
Mildred selecionou um repertório de músicas que passaram pelo samba raiz, MPB e cantou uma música em espanhol e outra em francês, idioma que domina perfeitamente (veja relação abaixo). Necessário ainda dizer que a apresentação foi feita sem ajuda de microfones, “na garganta”, isso porque no Asilo não havia um microfone daqueles que captam o som do instrumento que ela tocou um violão.
Ao fazer a apresentação da cantora, Flávio Anísio Pavinatto, presidente do Asilo deu boas vindas a ela e a familiares, destacou o caráter eminentemente social da visitante famosa, acrescentando que era um privilégio para a instituição poder receber uma apresentação musical de uma estrela internacional.
Emoção
Antes de interpretar a primeira canção, Mildred abordou reminiscências de sua infância destacando o fato de ter crescido nas imediações da Instituição por ela visitada. Depois falou que as canções selecionadas possuíam algo a dizer para todas as pessoas que ali estava para vê-la cantar. A cada música executada era visível na platéia pessoas enxugando lágrimas. Ela própria admitiu ao Jornal A Cidade depois da apresentação que precisou se segurar para também não chorar. Pelo menos uma interna do Lar S.Viente, Geni Rodrigues Moreira se dirigiu até Mildred para lhe agradecer, uma forma de expressar a emoção que sentia naquele momento.
Na platéia havia pessoas que conheciam Mildred antes dela se casar com o jornalista suíço Stefano Aubry e se mudar para a Europa. Era o caso de Toy Fonseca, diretor-proprietário da Rádio Clube. “Ela está cada vez melhor”, elogiou. A professora Leila Eingenher, uma das itapirenses que já tiveram o privilégio de ser recebida por Mildred em sua residência na Suíça e outra que foi até o Asilo prestigiar sua apresentação, falou que Mildred é diferente porque “canta com a alma”. A aposentada Fátima Marques Coloço disse que quando ficou sabendo que Mildred estaria se apresentando no Lar S.Vicente cuidou logo de chegar cedo. Trouxe a tira-colo o neto Arthur, de 03 anos, que se comportou direitinho e assistiu com interesse a show. “Ele está gostando”, disse a avó.
Os familiares da cantora presentes ao encontro disseram que Mildred aproveitou sua estada na cidade para exercitar suas duas principais paixões profissionais, a música e o assistencialismo. Na Suíça ela é formada em Serviço Social, com especialização também em geriatria, daí a desenvoltura com que transitou junto ao público o qual lhe retribuiu a visita com um formidável calor humano.
Toy Fonseca: ela está cada vez melhor
Arlindo Belini roubou a cena
Pavinato refletiu sobre o privilégio de recepcionar a conterrânea
A cantora mostrou porque é tão cultuada na Europa
Recebendo afagos da idosa dona Geni Moreira
Fátima Coloço e o neto Arthur: encontro de gerações apreciou apresentação da cantora