O “pensar” é a forma mais completa da inteligência humana e talvez a mais pessoal, particular e impenetrável.
Através desse encadeamento infinito de representações, conceitos e juízos, conseguimos sintetizar nossas percepções, decodificar nossas emoções, reorganizar os conhecimentos adquiridos durante a vida e construir novas formas de conhecimento.
Sempre que estiver norteado por princípios éticos, todo ser humano deve estar livre de limitações e coações em suas ideias, pensamentos e expressões. Este pressuposto é citado até pela Declaração Universal dos Direitos do Homem que afirma que “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência"..."de opinião e de expressão ... e a educação " ..." deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos étnicos ou religiosos”.
Conviver com a diversidade de ideias, crenças e opiniões requer grande dose de respeito, desprendimento, tolerância e maturidade. Quando estes componentes não estão presentes nas relações, as consequências das divergências podem ser desastrosas.
É fácil lembrar e enumerar vários conflitos entre grupos e nações, causados por incompatibilidades políticas, culturais ou religiosas, mas, da mesma forma, facilmente se tenta ignorar ou banalizar conflitos diários causados por divergências de origem semelhante, que acontecem à nossa volta.
Na grande maioria das situações, são os pensamentos e os sentimentos que norteiam decisões, explicam valores e fundamentam as diferentes opções das pessoas. Aceitar a diversidade é reconhecer a individualidade de cada um no mundo.
O respeito e a tolerância como atitudes ativas de reconhecimento dos direitos universais do ser humano e da sua liberdade são indispensáveis para a construção de uma cultura mundial de paz e harmonia, mas também são imprescindíveis para a saúde de todas as relações que estabelecemos, das mais rápidas e superficiais às mais profundas e duradouras.
É importante lembrar que tão fundamental quanto respeitar a liberdade de pensamento dos outros, é assumir responsabilidade pela própria liberdade.
Praticar a liberdade é ter coragem de ousar e de se desprender de padrões ultrapassados e preconceitos. É desmascarar a ignorância fantasiada de arrogância e buscar aprender sempre mais. É assumir um estado de espírito que permite buscar o desconhecido, inventar, criar e evoluir.
A capacidade de raciocinar e de valorizar de forma inteligente o mundo que o rodeia é o que confere ao homem o sentido da liberdade e de expressão da vontade humana. Só aqueles que sabem desfrutar plenamente de sua liberdade, com responsabilidade e ética, podem ter sua dignidade reconhecida.
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