Felizmente, nós moramos numa cidade que devemos levantar as mãos para os céus e agradecer pelo nosso sistema de saúde pública, muito embora todos saibam que enfrenta dificuldades e está longe do sonhado pelos nossos governantes, para o nosso povo ele melhorou bastante e está entre os considerados bons.

  O descaso por parte das autoridades competentes faz sangrar não só a doença, mas a honra a dignidade de muitas pessoas que sofrem na espera de uma consulta, por medicamentos e aparelhos cirúrgicos e muitos pacientes que dependem da saúde pública acabam morrendo. Em filas, em corredores, em macas sem contar nas longas filas de transplantes, quando não morrem antes de receber até mesmo o tratamento básico necessário.  O Brasil está entre os piores na área da saúde pública, uma questão tão importante na qual envolve tantas pessoas carentes e necessitadas. Muitos brasileiros não têm como pagar suas consultas e necessitam da ajuda da saúde pública para continuar vivendo.

Porém, com toda essa calamidade na saúde, com pedidos de exames que pode chegar até seis meses a um ano, nosso governo resolve tirar da cartola a solução para todos os nossos problemas, levar o nome do Brasil na mídia Internacional e sediar o campeonato mundial da FIFA de futebol. Bastou o aval da FIFA e começaram as barbaridades sem tamanho: inúmeros estádios-arenas, que transformados em verdadeiros elefantes brancos se instalaram do Oiapoque ao Chuí, fazendo que a terra tupiniquim virasse um paraíso de primeiro de mundo, mas parece que o tiro saiu pela culatra, e pouco tem convencido aos dirigentes internacionais e ao nosso sofrido povo. O dinheiro gasto com a Copa do Mundo solucionaria muito o problema de saúde publica. Além, não temos condições de infraestrutura que vão desde aeroportos até hotéis, sem falar em trânsito, à violência que desgraça a cada dia famílias inteira.

Como profissional da saúde, vivendo na pele todos os dias a real necessidade do nosso povo fico indignado quando leio reportagens sobre os estádios da copa do mundo e a expectativa descabida embutida na cabeça do nosso povo. Este texto é o desabafo de um farmacêutico que há 27 anos assiste cenas tristes de pais de famílias que não tem as mínimas condições para comprar remédio para seus filhos e familiares. Acorda Brasil!

 

Milton Antonio Leitão – Farmacêutico-Bioquimico CRFSP 11972 . É diretor das Farmácis de Manipulação FormulAtiva MIL , Itapira e Mogi Mirim.