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Itapira, 27 de Novembro de 2024
Notícia
03/05/2012 | Milton Leitão: Educação em Saúde: Doenças Crônicas e o Sistema de Saúde.

Viver em conflitos com situações adversas e situações favoráveis faz parte do cotidiano da vida e qualquer pessoa. A maioria das pessoas  tem maior facilidade em guardar no seu íntimo as situações adversas do que as favoráveis, de modo que as mesmas ficam armazenadas e seus efeitos se prolongam para o resto de sua vida .Guardar conosco situações adversas por muito tempo pode levar a depressão e ansiedade que, na maioria das vezes, servem como uma “ponte” para  o aparecimento de doenças, incluindo doenças  crônico-degenerativas.

A doença crônica é uma ameaça que pode interferir de forma negativa nos projetos de vida dessas pessoas, isso acontece com maior probabilidade em pessoas idosas. Manter  com rigor as mudanças  no estilo de vida, e ficar atento aos constantes sinais e sintomas dessas doenças passa a ser uma constante e isso quando não for feito com zelo e muita responsabilidade pode levar a situações mais graves e até à morte. Vou exemplificar: uma pessoa com Diabetes Mellitus tem maior chance de cegueira adquirida; mais da metade dos diabéticos são hipertensos e, frequentemente, são acometidos por problemas cardiovasculares.

Levando em conta as enormes dificuldades que as  pessoas encontram para controlar as doenças crônicas e  o alto número de doentes que procuram os serviços de saúde, para tratar os mesmos sintomas por vezes repetidas, podemos deduzir que o molde do nosso atual sistema de saúde está focado em tratar casos de doenças agudas, e pouco tem condições de tratar casos crônicos. É esperado uma grande ascensão de doenças crônicas, principalmente por conta da maior longevidade que cidadão está tendo, e assim sendo será necessário uma mudança no sistema de saúde nacional para atender essa nova era. O tratamento agudo será sempre necessário, isto é óbvio, (lembrando que mesmo as doenças crônicas apresentam casos agudos esporadicamente); entretanto, os sistemas de saúde em longo prazo devem mudar seus conceitos de tratamento de piora da saúde por doenças crônicas, isso além dos programas que hoje já estão sendo implantados e cumpridos, digamos até que com um bom resultado.

Esses doentes necessitam de apoio, não só clínicos como também de vários segmentos do setor da saúde, irmanados num grupo multidisciplinar para cuidar e enfrentar a cronicidade das doenças e também as outras perdas que são inerentes a velhice. Isso sem contar com a participação da família que deve ter papel fundamental.  A prática de alternativas educativas de promoção e educação em saúde deve ser a tona desse novo conceito de  modelo para  atendimento  a pacientes portadores de  doenças crônicas.
 

Fonte: Milton Leitão

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