Mudar causa medo. Estar fora da zona de conforto é simplesmente angustiante para a maioria das pessoas. É fácil acordar todos os dias com uma rotina pré estabelecida há anos, sendo assim comum temer o desconhecido, o inimaginável. Mas o medo de mudar também surge da falta de imaginação, ou seja, de nossa limitada capacidade para perceber o quanto o novo pode ser estimulante e motivador. O ser humano tem uma tendência a perceber o negativo maior do que a tendência de perceber o que há de positivo, o que pode dar errado é visto com muito mais ênfase do que perceber o que pode dar certo.

O Universo move-se em permanente mudança. O fluxo ininterrupto da vida tem sua expressão mais perfeita no alternar do dia e da noite e na seqüência das estações. O homem, como parte integrante do Universo, também tem sua vida regulada por ciclos alternados de prosperidade e escassez, movimento e paralisia, alegria e tristeza. Porém, esta verdade tão simples e natural parece, muitas vezes, tão difícil de ser compreendida. Os seres humanos estão permanentemente tentando estruturar áreas de sua vida sem aceitar a possibilidade da mudança. Todos querem segurança. Existe algo dentro de nós que tenta reprimir e moldar nossas experiências transformando-as numa unidade cristalizada. Já que as mudanças não podem ser controladas, elas devem ser aceitas. Mudar faz bem!

Assim como dizia Chico Buarque: “as pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem.”  As mudanças estão presentes na vida de diversas formas, seja uma transformação em um relacionamento antigo, no surgimento de novos hábitos saudáveis, reestruturações alimentares  ou até mesmo mudar de emprego ou de moradia. Tudo muda a todo o momento. As estações do ano, a economia, as opiniões, os nossos pensamentos, os nossos estados de espírito, a tendência da moda, entre outras coisas. Mudar é saudável e faz bem para que a vida continue seguindo seu fluxo, lutar contra elas não, podendo até mesmo causar sérios casos de depressão. Não estou me referindo ao medo em si, mas ao excesso dele, pois observo muitas pessoas ficarem esperando as coisas acontecerem para depois acreditarem serem possíveis. Somente vivem suas vidas como aquela música: "deixa a vida me levar, vida leva eu..." E dessa forma “justificam” sua inércia e comodismo por faltar-lhes garra e coragem para enfrentar os desafios da vida.

Existem dois tipos de medo: Um que serve para nos manter alerta e o outro que possui efeito paralisante e não nos deixa agir. No segundo caso, seguimos aprisionados ao medo de errar, de perder, de ousar, de fazer diferente. Isso é uma doença, eu mesmo já fui acometido por ela, existe tratamento.

          E quando falo em superação não estou me referindo apenas às vantagens no aspecto emocional, pois não é nenhuma novidade que atualmente as empresas não preservam mais limitações, e sim buscam profissionais abertos às mudanças, receptivos a desafios e dispostos a serem diferentes da maioria. Hoje em dia e no futuro sobreviverão aqueles que forem mais ágeis, mais rápidos, mais dinâmicos e assertivos. Estar pronto para mudar sempre, assim como eu, após dezesseis maravilhosos anos trabalhando no mesmo local de trabalho, me vi diante uma nova mudança, para novos ares, buscando novas oportunidades de recomeçar, hoje eu vejo o sol entrar por todos os lados durante o meu dia.

        Sem o elemento da novidade não haveria caminhada, nem arte, nem projeto, nem construção, sem o elemento do desconhecido não haveria construção de conhecimento, nem progresso, nem crescimento. A grande certeza da vida sabe qual é? É que sempre há mudança. E que ela faz bem, tanto para a alma, como para o mundo.

Milton Antonio Leitão – É farmacêutico bioquímico – Consultor da Farmácia de Manipulação Formula Athiva – Rua Regente Feijó – 118. Fone 3813-1499