A justiça tem  invocado todo o tempo o princípio da solidariedade de garantia do direito à saúde.
Este principio da solidariedade tem sido invocado para impor as mesmas responsabilidades em relação ao direito à saúde a todos os entes federativos, sem se considerar suas diferenças demográficas, econômicas, sociais, culturais. Nesse sentido, todos são iguais econômica e demograficamente falando na garantia do direito à saúde.
A solidariedade do SUS se fundamenta no tratamento equânime entre os entes federativos na garantia do direito à saúde e não numa solidariedade que, por desconhecer o SUS e desconsiderar a sua forma organizativa, desestrutura um sistema fundado na solidariedade de hierarquia de complexidade de serviços. Entretanto, devido às extremas desigualdades sociais, a reflexão prioriza cada vez mais a eqüidade no acesso à saúde. O Estado, em função da escassez de recursos, não é capaz de prescindir do auxílio de organizações não-governamentais.
A grande maioria dos Brasileiros gostaria de viver em num ambiente de paz, justiça social, tranqüilidade para sair nas ruas, ética e todos os elementos e valores essenciais à dignidade e a felicidade.
Vivemos a sonhar com uma realidade que espera ser construída. Como todos nós somos usuários dos serviços públicos de saúde de forma direta ou indireta devemos saber que através de pequenos gestos, somos capazes de transformar ou até mesmo criar um novo cenário com nossas ações.  Cada indivíduo está direta ou indiretamente ligado a outros, e qualquer coisa que aconteça, ou qualquer ação, por menor que seja que alguém pratique, leva a conseqüências boas ou ruins, com pequenas ou grandes intensidades para todos.
Em nossas atitudes, vivenciamos relações que predomina a concorrência, o antagonismo ou a complementaridade, e é nesta última forma de relacionamento que percebemos e compreendemos a interdependência, a reciprocidade que abre espaço para a solidariedade na saúde.
Nossas ações se expandem em ondas e são contagiosas. Há pessoas físicas e jurídicas que dão exemplos brilhantes de solidariedade nas relações cotidianas, e demonstram extremos desprendimento, colocando-se a serviço de orgãos de ação social, apenas com o objetivo de colaborar para a felicidade dos outros, para minimizar a dor e o sofrimento. Acredito que cada um de nós tem a responsabilidade instranferível de iniciar o movimento da “sua onda” e de contagiar os outros com suas ações.
Acredito também que as parcerias publica-privada, podem trazer gestos de solidariedade na saúde, para agregar valores nas propostas judiciais e nas diretrizes do SUS, as ações sociais de voluntariado são nossa liberdade de ação, para exercitarmos a cidadania e o poder de realizarmos tudo aquilo que acreditamos e queremos ver disseminados em nosso país.
Solidariedade, ação conjunta e partilha, não deveriam acontecer apenas de forma individual, assistencial e circunstancial, mas ser um valor de vida, presente permanentemente em nossas ações.
Ações de solidariedade na saúde pode ser uma conquista de relação autêntica, que contribui para o potencial humano. É a indicação de um caminho que poderá abrir horizontes. Solidariedade essa é a palavra para transformar utopia em realidade.

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