Novos conhecimentos sobre risco de saúde são constantemente produzidos pelas pesquisas biomédicas e epidemiológicas. Assim ao perceber nossas vidas cada vez mais com novos elementos de insegurança estamos mais suscetíveis a condições vinculadas às ansiedades decorrentes desse comportamento. Riscofobia - termo utilizado para definir atividades que se preocupam excessivamente com a busca de segurança e saúde, além do consumo de práticas, produtos e serviços que a garantam - é hoje a maior a fobia do brasileiro.
Este mês de Abril foi marcado por finais de semana com notícias de morte por enfarto fulminante, até aqui tudo normal, porque a cada minuto uma pessoa deve morrer subitamente no mundo, mas quando isso acontece no mundo artístico ou com pessoas públicas, a dimensão é imensurável. Infelizmente foi esse o marco do mês: mortes súbitas de pessoas famosas de idades médias e até adolescentes.
As pessoas de trinta a setenta anos e agora até de vinte, de uma hora para outra passam a pensar em suas artérias. Sim – elas existem em todos nós, mas se estão ou não entupidas, só indo ao médico e fazendo exames. E se de uma hora para outra a máquina maior do corpo entrar em pane, colapso e falhar?
Sempre fomos a favor de atitudes preventivas que possam minimizar eventuais problemas de saúde, óbvio que são as mais eficazes, menos dispendiosas e mais corretas, entretanto podem falhar. O risco entre a vida e a morte é incapaz de ser mensurado em certas ocasiões, são momentos em que recorremos ao Pai Criador para poder entender tais atitudes.
O lado excepcional da prevenção é o cuidado que passamos a ter com nosso organismo, incluindo o mesmo no complexo: vida – prazer – satisfação. Mas por outro lado não podemos exagerar em busca de atitudes preventivas descabidas e sem certificação científica comprovada, ou mesmo que comprovada passe a ser usada como uma neurose. Não podemos fazer de nossas vidas um sistema exagerado de riscos, porque prevenção não pode gerar preocupação, para não gerar novas bifurcações no caminho.
Quando estas mortes de famosos ocorrem de maneira súbita, os consultórios aumentam de clientes em virtude de pessoas que se acham com riscofobia, em busca de novos métodos, exames e descobertas que podem detectar o menor estretiatamento do vaso sanguíneo possível.
Errado, muito errado, devemos anualmente procurar nosso médico e fazermos um check-up para avaliarmos nossas condições de saúde, nossa vida acontece a cada segundo, independente se um famoso infelizmente morra ou não, e se preocupar apenas nestas horas é um perigo, porque isso deve ser um estilo e hábito de vida. A morte traiçoeira a todos nos acomete de uma hora para outra, de um jeito ou outro, não podemos temê-la, mas se pudermos postergá-la sem criar fantasmas por que não?
Milton Antonio Leitão- É farmacêutico Bioquimico CRF_SP11972 – Diretor das Farmácias de Manipulação FormulAtiva Mil