HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos e é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. Sem pudor, falar sobre o assunto não deve ser considerado um tabu ou motivo de vergonha.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que novas infecções por HIV e mortes de Aids estão caindo, tornando possível controlar a epidemia até 2030 e eventualmente encerrá-la “em cada região, em cada país”. O relatório assinala que o número de pessoas infectadas por HIV estava estabilizado em 35 milhões em todo o mundo. A epidemia já matou 39 milhões das 78 milhões de pessoas afetadas desde que começou nos anos 1980. O relatório disse que acabar com a epidemia de Aids até 2030 significaria que a difusão do HIV estaria sendo controlada ou contida, e que o impacto do vírus nas sociedades e nas vidas das pessoas estaria sendo reduzido por significativas quedas no número de doentes, no estigma da doença, nas mortes e no número de órfãos da Aids.
Porém, entre 2005 e 2013, houve um aumento de 11% no número de novas infecções por HIV no Brasil, enquanto os casos no mundo todo caíram 27,6% nesse período. A tendência em toda a América Latina também é de diminuição, ainda que lenta, no número de novas infecções. Em cinco anos, o número de novos casos caiu 3%.
A epidemia no país está concentrada em populações vulneráveis, como gays, prostitutas e usuários de drogas, infelizmente oprimidos por uma sociedade cada vez mais preconceituosa. Países de epidemia concentrada têm um desafio maior, porque o número de infectados não é grande, mas essas populações têm barreiras de acesso aos serviços de saúde. Hoje, 0,4% da população brasileira tem HIV. A situação brasileira, é semelhante à de países da Europa e dos EUA e diferente da de locais com epidemia generalizada, como em alguns países da África, onde a maior diminuição foi registrada. Ele afirma que políticas de saúde, como oferta de tratamento, surtem um efeito mais rápido nesses países que têm maior disseminação do vírus.
Outro ponto importante é a queda do avião da Malaysia Airlines ocorrida nesta quinta-feira, 17, reservou tristes notícias para o mundo da ciência. No vôo, estavam cerca de 108 cientistas e ativistas a caminho da Conferência Internacional sobre a Aids, prevista para começar neste domingo (20) na Austrália. Dentre os mortos, estava o holandês Joep Lange reconhecido como um dos maiores especialistas sobre a doença no mundo. O cientista dedicou cerca de 30 anos da sua vida às pesquisas sobre o vírus HIV e à Aids. Ele ficou mundialmente conhecido por defender a diminuição dos custos do tratamento para os países mais pobres.Infelizmente, com essa grande perda, o caminho pela cura da Aids se encontra ainda mais distante.
Faltam dados de como o vírus está circulando e o perfil exato dos infectados. É preciso fazer a sorologia em uma amostra de indivíduos, registrar o número de infectados e separar por perfis, a Aids ainda não está sob controle e o programa brasileiro não é essa maravilha de que se fala, sendo na verdade muito falho comparado aos demais países. Mudanças nesse quadro, segundo infectologistas, são possíveis com campanhas de prevenção para grupos específicos, diagnóstico e tratamento precoce. Hoje, porém, 150 mil pessoas no país não sabem que têm o vírus.
Milton Antonio Leitão – É farmacêutico bioquímico – Consultor da Farmácia de Manipulação Formula Athiva – Rua Regente Feijó – 118. Fone 3813-1499