Carregando aguarde...
Itapira, 15 de Janeiro de 2025
Notícia
11/09/2012 | Milton Leitão: Testamento Vital: o direito de decidir entre viver ou morrer.

Decisão do Conselho Federal de Medicina muda a conduta do médico brasileiro ao reconhecer a legitimidade do testamento vital, um documento, evidentemente pessoal e intransferível, podendo ser feito no papel, em cartório ou mediante um acordo verbal entre o paciente e o médico (sendo mais seguro o escrito e com testemunhas em número ímpar para que não haja desacordo na hora da prática) cujos pacientes ditam qual tratamento querem receber quando a morte se aproxima de maneira irreversível para os padrões de hoje. Isto significa que o paciente pode escolher entre tantas coisas o quanto tempo quer permanecer entubado, que tipo de alimentação quer receber, que estilo de vida quer levar entre outros.  Mas, atualmente tudo se modifica muito rapidamente e a medicina não é um caso exclusivo. O que há cinquenta anos era impossível para os padrões da época, hoje pode ser realizado com a mais simples tecnologia.

Com isso, nos vem uma pergunta, até quando o nosso ponto de vista não muda, uma vez que em nossa volta nada é constante? Essas mudanças nos levam a crer que tudo pode ser alterado no decorrer do tempo, com novas pesquisas e tecnologias. Nossa opinião ou vontade também estão sujeitos a tais mudanças? Hoje, o mercado farmacêutico tem investido milhões de dólares em novas pesquisas, e com certeza novas terapias e novos aparelhos serão descobertos. O que cada ser humano entende por qualidade de vida? Até que ponto o que um paciente deixou decidido hoje não pode ser mudado amanhã?

Médicos contra o testamento vital, afirmam: “o que hoje é considerado uma terapia fútil amanhã pode ser a cura de uma doença, e a decisão de romper os tratamentos nem sempre tornam tudo menos dolorosos”. A decisão explica que o testamento pode ser mudado com o decorrer dos avanços médicos, entretanto com o passar dos anos, pessoas que comungam com opiniões pragmáticas hoje terão os mesmos pensamentos no futuro?

O texto é uma reflexão entre a vida e a morte, neste contexto não podemos deixar de citar a nossa grande influencia pela cultura religiosa, própria e familiar, as quais em falta do poder de decisão do paciente na hora terminal influenciam diretamente na escolha emocional do assunto. Ao fazer esse gênero de testamento quando saudáveis, creio eu não estarmos aptos psicologicamente para decidir assuntos que ao vivenciarmos podemos encarar de maneira diferente dos paradigmas do auge da saúde. Também afirmo não querer ver o patrimônio da minha família sendo dilapidado em buscas de medicamentos caríssimos que me garantissem no máximo alguns meses de vida. Pensando assim, fico favorável ao testamento. Sempre soube que a vida é difícil, mas a própria vida está complicando a morte. Como dizia Charles Chaplin "a única coisa tão inevitável quanto a morte é a vida”
 
 

Fonte: Milton Leitão

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Veja Também
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

1388 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2025 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções