O Ministério Público (MP) da Venezuela informou hoje (6) que está investigando 140 denúncias de tortura e violações de direitos humanos, supostamente cometidas por funcionários do governo, policiais e militares contra cidadãos detidos no âmbito dos protestos que, desde fevereiro, ocorrem no país.
Em um comunicado divulgado em Caracas, o MP informou que as investigações estão sendo conduzidas pela Direção de Proteção dos Direitos Fundamentais, departamento do próprio órgão. Dentre os casos investigados, dois deles incluem denúncias de homicídio. Ao todo, 17 policiais estão detidos e há cinco com mandado de prisão decretada.
O Ministério Público do país também atualizou o balanço com o número de vítimas dos protestos ocorridos entre fevereiro e abril. Oficialmente, 41 pessoas morreram, dentre as quais nove policiais ou militares.
A região metropolitana de Caracas foi a que teve o maior número de mortes, 11, seguida pelos estados de Carabobo, dez, Táchira, sete, Mérida, quatro, Arágua, três, Lara e Zúlia duas, além de Miranda e Sucre, cada um com um morto.
O número de feridos foi de 785 e o total de detidos, 2.730. Segundo o comunicado do MP, 197 venezuelanos continuam detidos. Dos 785 feridos, 510 são civis e 272 funcionários públicos, polícias e militares.
O comunicado do Ministério Público foi divulgado um dia após a organização Human Rights Watch (HRW) ter denunciado violações dos direitos humanos, incluindo tortura, contra opositores do governo da Venezuela, com o objetivo de castigar a dissidência política.
Nessa segunda-feira (6), a HRW divulgou, em Washington, um relatório em que aponta "evidências convincentes de graves violações de direitos humanos cometidas por membros das forças de segurança" e funcionários judiciais na Venezuela, em 45 casos que envolvem mais de 150 vítimas.
Segundo o documento, os integrantes das forças de segurança também permitiram que grupos armados partidários do governo atacassem civis que não estavam armados. Em alguns casos, as forças teriam colaborado abertamente com eles, segundo o documento de uma centena de páginas intitulado Castigados por Protestar.
*Com informações da Agência Venezuelana de Notícias (AVN) e Agência Lusa
Editor Helena Martinshttp://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-05/ministerio-publico-da-venezuela-afirma-investigar-140-denuncias-deComentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.