Um resultado positivo para raiva em um morcego chegou ao Serviço de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde na tarde de quarta-feira e acarretou uma ação emergencial de bloqueio. Os cães e gatos de dois bairros da cidade – Prados e Vila Bazani – foram vacinados no sábado. Apesar de o mamífero ter sido enviado para análise ao Instituto Pasteur no dia três de março, o resultado com data de 25 de junho chegou apenas na tarde de quarta-feira ao médico veterinário do departamento, Rodrigo Silva Bertini. “Recebemos o laudo no dia 1 de julho, por volta das 15h, via e-mail”, enfatizou o responsável pela Zoonoses.
De acordo com Bertini, no início do mês de março um cidadão caminhava pela Rua da Penha, nas proximidades de uma agropecuária, quando visualizou um morcego caído e que, aparentemente, estava na maçaneta que fecha a tampa traseira de uma pick-up Strada. O animal foi recolhido e encaminhado à Casa da Agricultura sob os cuidados do chefe Ivo Marcos Peres de Faria. “O Ivo me ligou para solicitar o encaminhamento do morcego ao Instituto Pasteur, tendo em vista a suspeita de Raiva. Quando fui buscá-lo ele já estava morto dentro de uma caixa de papelão. O animal foi recebido no Pasteur no dia três de março”, contou Rodrigo Bertini. “Com certeza não revelou positividade para Raiva no exame preliminar de IFD (imunofluorescência direta), vindo a demonstrar positividade na prova de “Reação de Transcriptase Reversa seguida de Reação em Cadeia pela Polimerase (RT-PCR) e Sequenciamento Genético, demonstrando linhagem genética compatível com o vírus da Raiva isolado de morcegos insetívoros do gênero Eptesicus”, continuou explicando.
Com a detecção da doença, o departamento de Zoonoses deve seguir o protocolo de bloqueio da área onde o animal foi encontrado. Porém, como a Pick-Up pertence a um morador do bairro dos Prados, mas se encontrava na região da Vila Bazani, os dois locais foram visitados. “Não tivemos certeza se o morcego veio na pick-up que fica em uma residência no bairro dos Prados ou se pode ter subido no veículo no local onde foi encontrado. Foram vacinados apenas os animais da espécie canina e felina, conforme os trechos descritos nos mapas (abaixo). Na tarde de sexta-feira, equipes da Zoonoses fizeram a panfletagem para avisar a população dessas áreas”, complementou o médico veterinário.
A mobilização do sábado envolveu um grupo de 25 pessoas que foram divididas entre os dois bairros, 800 imóveis foram visitados. Os locais fechados foram registrados e a inspeção será repetida em outra data.
Os proprietários que não quiseram que seus animais fossem vacinados tiveram que apresentar a carteira de vacinação com a imunização em dia. Os que foram vacinados contra há mais de 30 dias puderam receber a dose como reforço, mas foi opcional. A Raiva é uma doença incurável e pode causar a morte do animal. “Ressalto que somente morcegos caídos, pousados em locais atípicos ou encontrados mortos são encaminhados para análise do vírus rábico, como parte da “Vigilância da Raiva”. Eles são considerados reservatórios do vírus e devem ser recolhidos apenas por pessoas especializadas. Jamais se deve tocar ou pegar morcegos com as mãos desprotegidas, pois mordem e podem transmitir a doença. Esses animais são extraordinariamente úteis para a manutenção da vida no nosso planeta e são protegidos por Leis de Proteção à Fauna. Tentar capturá-los poderá ser considerado um crime”, concluiu Rodrigo Bertini.