O Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), instância representativa dos muçulmanos da França, qualificou de ?ato bárbaro? o atentado ao jornal Charlie Hebdo, em Paris.
?Este ato bárbaro de extrema gravidade é também um ataque contra a democracia e a liberdade de imprensa?, afirmou o CFCM, que representa a primeira comunidade muçulmana da Europa ? entre 3,5 milhões a 5 milhões de membros ? que se expressou em nome dos ?muçulmanos de França?.
O presidente do conselho, Dalil Boubakeur, também imã da Grande Mesquita de Paris deverá ir ao local do ataqu, disseram responsáveis da comunidade à agência de notícias AFP.
O atentado praticado por três homens encapuzados e fortemente armados provocou pelo menos 12 mortos, dizimando a redação do Charlie Hebdo. Stéphane Charbonnier, 47 anos, conhecido como Charb e diretor da publicação, Jean Cabut, 76 anos, Georges Wolinksi, 80 anos, e Verlhac Bernard, 58 anos, conhecido como Tignous, incluem-se entre as vítimas do ataque.
Segundo testemunhas, os agressores gritaram ?vingamos o profeta?, disse um policial. O CFCM expressou a sua ?solidariedade? com as vítimas e as suas famílias ?face a um drama com dimensão nacional?.
?Num contexto político internacional de tensões alimentado por delírios de grupos terroristas que se aproveitam injustamente do islão, apelamos a todos os que estão associados aos valores da República e da democracia que evitem as provocações que apenas servem para jogar gasolina no fogo?, disse o conselho.
O CFCM apelou à comunidade muçulmana ?para permanecer vigilante face às eventuais manipulações proveniente de grupos com objetivos extremistas, quaisquer que sejam?.
Num comunicado distinto, a União das Organizações Islâmicas de França (Uoif), próxima da Irmandade Muçulmana, condenou ?da forma mais firme este ataque criminoso e estas mortes horríveis?.
Em declarações à AFP, o grande rabino de França, Haim Korsia, referiu-se a um ?tempo de luto onde todos devem estar unidos?.
?Neste momento precisamos de união nacional e defender o conjunto das nossas liberdades, incluindo a liberdade de expressão?, destacou o chefe religioso da primeira comunidade judaica da Europa, com 500 mil a 600 mil representantes.
?De seguida será necessária uma resposta forte do Foverno, porque numa sociedade democrática é a força legítima que domina a violência?, afirmou ainda.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2015-01/muculmanos-condenam-ataque-ao-jornal-charlie-hebdoComentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.