Algumas delas nem fizeram questão de esconder o motivo. “Eu faço questão de trazê-lo sempre quando posso. Detesto vê-lo o dia todo na frente da TV”, disse a soldadora Gisele Modesto, moradora no Cubatão. Ela fazia referência ao menino Julio Augusto Modesto de Souza, de nove anos, estudante da EMEB “Izaura da Silva Vieira”, que a acompanhava na quarta-feira no Centro de Lazer Hideraldo Luiz Bellini, para soltar pipa. De quebra ainda levou um sobrinho, Matheus Henrique de Moraes, 14, morador no Istor Luppi e estudante do 9º ano da escola Caetano Munhoz. Júlio disse que, embora goste muito de soltar pipas, não abre mão do videogame. “Jogo todos os dias”.

 

A dona de casa Cristiane dos Santos, do Jardim Raquel, levou os dois filhos para verem de perto a garotada que solta pipas nas imediações do Cemitério da Paz. Marcos Vinícius tem quatro anos e já se vira no meio da molecada. O caçula João Otávio, de apenas 1 ano e sete meses, fica entretido e dá toda pinta de quem está gostando da brincadeira. “Se deixar ele sai correndo atrás das pipas”, entrega a mãe.

 

Ela também afirmou que faz questão de induzir os filhos a atividades ao ar livre,evitando o videogame. “A gente tem que colocar regras senão vão ficar o dia todo querendo jogar”, disse.

Ali pertinho, quem cumpria o papel de “instrutor” do pequeno Davi Nascimento Pedro, de cinco anos, era seu tio, o soldador João Vítor Nascimento. João Vitor disse que a irmã trabalha como autônoma e por isso, quando pode, sai com Davi. “Ele gosta muito de videogame e a mãe dele não permite que ele permaneça muito tempo jogando. Como agora é tempo de soltar pipas durante as férias, ele se entusiasma”, revelou. Ao ser indagado sobre sua preferência, Davi se mostrou dividido. “Gosto de soltar pipas, mas não fico sem o videogame”, disse o menino.

Na Praça Betinho, no jardim Tropical os colegas de escola Vitor Manoel , de 13 anos, e João Vitor Cardoso de Souza, 11, compartilhavam a mesma pipa. Eles disseram que moram na Vila Ilze e que aquele local onde estavam era ideal para soltar pipas pela ausência de fios. Vitor contou que da turminha dele, a maioria pratica skate, mas que ele prefere videogame e pipas. Já João Vitor não fez segredo: “eu gosto mesmo é de pipa, se puder, fico o dia todo soltando”, entregou.