Da BBC Brasil
Brasília – Enviados especiais de seis países e representantes do governo do Irã estão reunidos hoje (14) em Istambul, para pôr fim ao impasse sobre o programa nuclear iraniano. O encontro entre os iranianos e os enviados dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China, grupo chamado de P5+1, marca a retomada das negociações sobre o tema após uma interrupção de 15 meses.
A última rodada de conversas sobre o programa nuclear iraniano foi em janeiro do ano passado e falhou após nenhuma das facções envolvidas ter chegado a um acordo sobre quaisquer dos temas discutidos.
A expectativa é de que as atuais negociações possam amenizar a tensão no Oriente Médio diante da potencial ameaça de um ataque contra as instalações nucleares iranianas. No entanto, representantes da comunidade internacional não esperam a apresentação de propostas de peso no encontro.
O governo do Irã diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas críticos acusam o país de tentar desenvolver armas nucleares.
Israel vem sinalizando nos últimos meses que poderia realizar o que um "ataque preventivo" contra as instalações nucleares iranianas.
Michael Mann, porta-voz da área de política externa da União Europeia, afirmou que o encontro em Istambul começou com uma ''atmosfera positiva'' e que há ''um desejo de que se estabeleçam progressos significativos''.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já havia afirmado, porém, que esta é a ''última chance'' de uma saída diplomática para o Irã. E a secretária de Estado Hillary Clinton disse que os iranianos ''precisam demonstrar claramente nas ações que propõem que, de fato, abandonaram o propósito de construir armas nucleares''.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, deu uma declaração que reflete a postura de seu país, mais moderada: ''precisamos encontrar um meio termo. As negociações visam à retomada da confiança." No passado, a Rússia chegou a se oferecer para enriquecer o urânio iraniano em seu território, para garantir que ele não seria usado em armas nucleares. Porém, a proposta russa acabou não se concretizando.