Itapira completará, na próxima quarta-feira, cento e noventa e duas primaveras. Parece idosa, mas nunca perdeu a juventude. Em verdade vos digo: uma cidade nunca envelhece enquanto estiver viva, recheada de sonhos e amor prevalente.
Viver é sonhar com um mundo melhor, feliz, divertido, aconchegante e rodeado de amigos. É sentir-se em casa, reconhecer os caminhos como a palma da mão para nunca perder o rumo. É respirar cumplicidade e ter histórias para contar. Que lugar é este que tudo isso nos oferece, em profusão? É a cidade da gente.
Mesmo assim, há quem viva na cidade e a tome para si, com exclusividade.
Gente que anda pelas ruas, com seus veículos em privilégio sobrepondo às pessoas, abusando da velocidade, desrespeitando os pedestres, matando e machucando os outros ou a si mesmo.
Gente que joga o lixo em qualquer lugar, não recicla, desperdiça e produz desnecessárias montanhas de resíduos sólidos. Corta árvores sem a menor cerimônia. Trata o meio ambiente com o pior dos descasos: a ignorância letrada.
Gente que transforma as calçadas dos seus imóveis em verdadeiras armadilhas. Pouco se importam com os princípios norteadores dos passeios públicos ou com a integridade física dos usuários indefesos.
Itapira não é diferente das cidades que ainda não aprenderam que os espaços públicos devem ser organizados, limpos, prazerosos, saudáveis e seguros. Requisitos de uma sociedade desenvolvida, cuja responsabilidade e consequência recaem sobre todos. Seríamos vítimas de nós mesmos?
Alegre-se, pois. O povo de Itapira, assim como de outras cidades, já foi muito pior, nesse quesito, do que é hoje. Os moradores mais antigos acreditam que antigamente havia mais respeito e educação. Nada disso. Eram regidos pelo medo e pela disciplina inconsciente. Apesar do franco crescimento populacional, a cada dia, mais pessoas se conscientizam das suas obrigações cidadãs.
A cidade se renova constantemente. As gerações se sucedem. Novas mentalidades apontam. Por isso, uma cidade nunca envelhece. Salvo suas construções, estas sim, merecedoras da conservação cultural.
As pessoas sonham com dias melhores. Entre os sonhos egoístas e parentais, sempre sobra alguma projeção positiva para a coletividade. Afinal, todo mundo sabe e se beneficia com a evolução social. Os sonhos jamais envelhecem.
O povo é a justificativa da cidade, uma coisa não existe sem a outra. É cada vez mais comum encontrarmos ardorosos amantes da cidade natal ou adotiva, sem transformá-la em quintal ou quarto de suas residências. O amor nunca envelhece.
A jovem Itapira de 192 anos tem pela frente um futuro brilhante: o futuro que queremos para todos nós e para os nossos descendentes, possível de ser construído. Queremos um lugar bom para viver, com alegria, diversão, saúde, educação, emprego, segurança, união, amigos e felicidade. Merecemos!
Mais um ano passou se passou e a nossa cidade não ficou mais velha. Sorte não é só dela. É da gente também
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Itapira, 26 de Novembro de 2024
21/10/2012 | Nino Marcati: A nossa cidade faz anos!
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