Na minha adolescência, nos tempos da Jovem Guarda, um conjunto que fazia muito sucesso, o Renato e seus Blue Caps, gravou uma música que tratava a esperança bem ao gosto e à realidade da juventude. A título de esclarecimento ou de recuperação da memória, naquela época chamávamos de conjunto os agrupamentos de jovens músicos que tocavam rock and roll nacional e versões. As bandas eram aquelas que agrupavam os músicos mais velhos, tocavam nos coretos das praças, nas solenidades festivas, religiosas ou oficiais. Mas voltando à música do Renato e seus Blue Caps - talvez poucos se lembrem dela - é que ela reforçava um ditado bastante conhecido: “a esperança é a última que morre”. A letra dessa música dizia basicamente que alguém esperava poder namorar outro alguém qualquer dia e que tinha a esperança de que essa pessoa também o amasse, do mesmo jeito. Era uma composição sem primor literário ou artístico, nem fez tanto sucesso. Era uma música tocada e dedicada nos alto-falantes da festa de maio e nas quermesses. Um recadinho como prova de amor e carinho na expectativa de começar um namoro. Outras músicas também eram usadas com a mesma finalidade.
A esperança é um sentimento antigo. Acompanha a humanidade desde o início dos tempos. É relatada em várias passagens bíblicas. A mais antiga e mais conhecida, talvez seja a esperança que o povo hebreu tinha em encontrar a terra prometida, uma promessa de Deus a Abraão e seus descendentes. Uma esperança que resultou no nascimento de três grandes religiões e gerou conflitos que duram até os dias de hoje. Nem todas as esperanças, felizmente, geram conflitos. Quase sempre geram boas construções.
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