Acidente de trânsito em Itapira, com vítimas fatais, deixou de ser novidade. As estradas asfaltadas intermunicipais, campeãs no quesito, perderam a posição diante do desempenho das pistas urbanas.
Causas não faltam. O aumento exagerado da frota de veículos é uma delas. No Estado de São Paulo – Itapira na média – a frota cresceu violentamente nos últimos anos.
O que foi feito para Itapira ou qualquer cidade paulista receber essa legião de motorizados, tão rapidamente?
Não é, no entanto, o tamanho da frota que nos traz ou nos trará problemas. Mas o uso exagerado e desnecessário do veículo automotor, a impunidade, o desrespeito com a própria vida e com a vida alheia. Não podemos mais dizer que temos uma legislação falha. Nosso Código se equipara aos melhores do mundo. Ele prevê a organização, a prevenção, a administração, as penalidades etc.
Só paga multa de trânsito no Brasil quem é pego nos detectores de velocidade automatizado, quem não tem escapatória num comando bem organizado e quem não tem um amigo influente nas prefeituras que controlam o sistema.
Muitas famílias colocam nas mãos dos menores de idade, não habilitados e despreparados para as situações adversas, o volante de veículos motorizados. Outras, conhecedoras da inabilidade, do pé pesado, do consumo de álcool e até drogas, permitem, aos filhos nessas condições, dirigirem sem parcimônia. Diante dos acidentes, apelam para a negação da irresponsabilidade e desvencilham-se, como podem, das condenações. Prejudicam, diretamente, os envolvidos e, indiretamente, toda a sociedade.
A justiça brasileira é tolerante e incompetente. Raríssimos casos rendem prisões ou indenizações pesadas.
O diz que diz que e a repercussão na imprensa provocam os poderes constituídos e a organização civil para a busca de soluções imediatistas. Mas será que as campanhas que não pegam o cerne da questão não acabam desmascarando e desvirtuando o foco do problema?
Será que os órgãos de imprensa não prestariam melhor colaboração se denunciassem os indícios de corrupção, a negligência policial e os boletins de ocorrência mal construídos, quando ocorressem, e apurassem, detalhadamente, os fatos, dando ouvidos às partes envolvidas, além do sensacionalismo mercantilista? Por que determinadas notícias omitem os nomes dos envolvidos? É respeito à individualidade ou descaso com a maioria?
Será que a sociedade civil não poderia atentar-se aos reais desdobramentos das ações das pessoas, dos policiais e da justiça em face dos crimes cometidos pelos condutores de veículos?
Só poderemos nos considerar socialmente civilizados quando nos submetermos à Lei, exigir que ela seja cumprida, sem distinção.
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