O povo brasileiro acordará neste domingo com a obrigação de escolher o melhor candidato a prefeito para as suas cidades e de formar a câmara de vereadores que melhor o represente. A cada eleição aprendemos que essas escolhas requerem responsabilidades, análises conscientes e, principalmente, desprovidas de pessoalidade e preconceitos.
O ponto principal desse momento deve ser dirigido aos detentores de sangue político. Assim como a medicina deve ser exercida pelos médicos, a justiça pelos advogados, o ensino pelos professores, a política, pelos políticos. Candidato que se envergonha de pertencer à classe política e a renega não deve ser levado a sério. É gente aventureira que não nasceu para cuidar do bem comum e nem saberá estabelecer as prioridades ou assumir, com grandeza, o papel da representatividade. Quem entra para a política deve ser vocacionado. De nada adiantará passar o mandato inteiro se lamentando das agruras desse mundo que carrega de um lado o peso da civilização e de outro as mazelas e os interesses de todas as espécies. Quem entra nessa história deve, no mínimo, fazer a sua parte da melhor forma possível e tentar, dentro das suas possibilidades, empreender as mudanças que acredita. O político busca voto em troca de compromissos. Os candidatos que se apresentam como apolíticos sabem lançar, apenas, a tarrafa.
A campanha eleitoral não deve ser vista como um octógono de UFC, onde a disputa é pessoa contra pessoa e vence que tiver mais força e estratégia na aplicação dos golpes. A disputa voto a voto deve se dar no embate de ideias e na capacidade inequívoca para executá-las. Saber distinguir esses predicados é o grande desafio dos eleitores deste domingo.
Como amante da política, mais como expectador, curioso e intrometido, acompanho-a desde que me conheço por gente. Nessa caminhada, vejo evolução.
O eleitor está perspicaz, não aceita o candidato que se impõe ou que é imposto. Sabe reconhecer quando essas coisas acontecem. Vota naquele que melhor representar as suas aspirações. Sabe que pode errar, mas é seguro de que poderá consertar no tempo devido. O Brasil está melhorando tanto do ponto de vista econômico, como político. O Supremo Tribunal Federal dá esperanças de que a justiça também abraçará os anseios brasileiros.
Já sonhei com uma revolução que acelerasse as transformações que eu desejava. Aprendi, mais tarde, que não se muda um país sem a participação efetiva dos seus construtores: o povo. Sei que não vejo, ainda, o Brasil dos meus sonhos e cheguei a pensar que jamais passaríamos por perto. Assim como conclui que aquela história de país do futuro tinha me abandonado como a juventude. Neste século, porém, descobri que a agilidade brasileira de recuperar o tempo perdido - de fazer cinquenta anos em cinco - não era só literatura, nem discurso ufanista. Constatei que somos um povo, que sem atrapalhação, consertamos, avançamos, superamos e vencemos.
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