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Itapira, 26 de Novembro de 2024
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06/05/2012 | Nino Marcatti: O frio da Festa de Maio estaria de volta?

Começou, nesta semana, mais uma edição da tradicional Festa de São Benedito, para uns, Festa de Maio para outros. Discute-se muito a idade dessa festa. Para muitos, ela beira os cento e vinte anos de existência.

Uma festa que ao longo dos tempos é recheada de confusões históricas, contradições religiosas, comentários maldosos sobre a arrecadação financeira, tanto pela Paróquia de São Benedito, como pela prefeitura e fiscais. Para os comerciantes é uma sangria profunda no dinheiro dos munícipes. Para os industriais e contratantes de mão de obra, um período pouco produtivo. Mais recentemente, um tormento para o trânsito da cidade. Enfim, só uma festa centenária, de sucesso, pode reunir tantos pontos negativos e resistir a eles.

Um fato inquestionável é que a Festa de Maio está enraizada nos itapirenses com mais de quarenta anos de vida. Gente que acaba indo, pelo menos uma noite, só para dar uma passeada ou para ajudar as entidades assistências, uma desculpa mais do que esfarrapada.  
 
A Festa de Maio, da minha infância à adolescência, foi marcada por pipoca, pinhão e muito frio. Na juventude, a Barraca do Lopes era o ponto de quase todas as noites. O frio ainda apertava, mas já não castigava tanto. 
 
As noites geladas da Festa de Maio pareciam ter ido embora para nunca mais voltar. E o planeta caminharia, então, para invernos mais curtos e sem graças.
 
Este ano, sem que a gente esperasse, começamos o mês de maio com um friozinho que há muito não se via. Em algumas regiões da cidade os termômetros chegaram a registrar oito graus Celsius. Será que esse inverno, com jeito temporão, veio para ficar até meados de agosto?  
 
A considerar a avaliação do meteorologista Luiz Carlos Molion, representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), a Terra vai esfriar nos próximos vinte e cinco ou trinta anos. 
 
Para Molion, o esfriamento da Terra é uma variação que se repete, comandada pelo Sol, a principal fonte de energia para todo sistema climático. O Sol leva cerca de noventa anos para passar da atividade máxima para a mínima. Há registros que mostram baixa atividade solar em 1820, no final do século 19 e meados do século 20. Estaríamos, então, entrando em mais uma fase em que ocorrerá a diminuição da radiação e, consequente, invernos mais rigorosos? Molion responde que sim.
 
O último resfriamento durou 30 anos, chegou-se a falar, naquela época, em uma nova era glacial. Mas na metade de 1976, o oceano apresentou aquecimento, refletindo no aumento da temperatura global. Coincidentemente, a Festa de Maio, a partir dos anos oitenta, passava incólume, sem ver os desfiles dos agasalhos, sem os quentões e pinhões em quase todas as barracas.
 
A discussão levantada pelo meteorologista Luiz Carlos Molion está relacionada a um assunto muito mais sério: o aquecimento global. Eu só quero o antigo friozinho da Festa de Maio de volta. Só isso!
 
Fonte: Nino Marcatti

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