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12/07/2014 | No Mané Garrincha, brasileiros tentaram manter o otimismo diante da Holanda

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Pouco antes do começo da partida da disputa pelo terceiro lugar da Copa do Mundo, no Estádio Nacional de Brasília, torcedores brasileiros tentavam manter o otimismo e alegria para enfrentar a Holanda.  A chegada ao estádio, conhecido como Mané Garrincha, revelava uma imagem que se confirmou na arquibancada: presença majoritariamente brasileira e poucos estrangeiros na plateia do terceiro lugar.

Do lado de fora, a recepção foi em ritmo tipicamente brasileiro. O samba tocado por um grupo de percussão de estudantes medicina em Brasília atraia os passantes, que se surpreendiam ao ver a cor laranja das roupas dos percussionistas. ?Foi uma coincidência. Essa é a cor da nossa faculdade?, explicou, bem-humorada, a estudante Luísa Real, 21 anos. Segundo ela, esse foi o segundo jogo que o grupo decidiu animar do lado de fora para quem não tinha ingresso. ?Como a faculdade é aqui perto do estádio, a gente passa lá, pega os instrumentos e vem para cá. Hoje vieram 20 integrantes?, contou.

Holanda faz 2 a 0 contra Brasil (Hassan Ammar/AP/Direitos Reservados)

Holanda marca 2 x 0 contra o Brasil no primeiro tempo da disputa pelo terceiro lugar da Copa do Mundo,  em BrasíliaHassan Ammar/AP/Direitos Reservados

O fato da disputa entre as duas seleções ser pelo terceiro lugar não desanimou quem tinha ingresso. A relações governamentais Haykel Pinheiro Barbosa, grávida de 39 semanas de um menino chamava atenção de quem chegava ao estádio. ?Pode nascer a qualquer hora, pode até nascer no estádio. Acho que a Copa está preparada, tem ambulância e corpo médico que pode me levar direto para a maternidade?, disse, otimista.

Segundo Haykel o esforço vale mesmo que seja para torcer pelo terceiro lugar, opinião compartilhada pela bancária e psicóloga Renata Rodrigues. ?Não esperava ver o Brasil disputando o terceiro lugar. É muito triste, mas estou confiante que vamos conseguir o terceiro, pelo menos, e amanhã sou Alemanha desde criancinha?, afirmou.

A torcida brasileira ainda recebeu o apoio de torcedores de outras países. O francês Andre Gau fez questão de declarar sua paixão pelo futebol verde-amarelo. Aposentado, Gau chegou de Paris há algumas semanas e disse que já esteve em várias cidades brasileiras, como Salvador e Rio de Janeiro. ?Eu adorei o Brasil. É a primeira vez e o que mais gosto daqui é o futebol?, disse, ao admitiu que pretende voltar.

O estudante chineses Yujian Wang e a amiga Gwan Xin, ambos de 20 anos, também pareciam maravilhados com o país e adotaram o discurso da maioria da torcida canarinho. ?Estamos adorando e o que mais gostei foram os brasileiros que são muito legais. Hoje somos Brasil e amanhã somos Alemanha?, contou Yujian. A chef de cozinha peruana Joana Rojas mora no país há dois anos, estava com os filhos em frente ao estádio e disse que, sem ingresso, torceriam ali mesmo. Todos com a camiseta verde e amarela, ?mas amanhã torcemos para Argentina?, disse.

Apesar de outros países aderirem à torcida canarinho, entre brasileiros houve dissidências. Júlia Catarina de Aquino, biomédica de 26 anos, estampava as cores e a blusa da seleção holandesa. ?Não vou entrar no estádio, mas vou torcer para Holanda porque estou torcendo para eles desde o início da Copa. O Brasil vai ganhar, mas a Holanda vai dar trabalho. Acho que dá 1 x 0?, arriscou.

Dentro do estádio a previsão não se confirmou no primeiro tempo, que terminou em 2 x 0 para os europeus. Quem se aproximou mais do resultado dos primeiros 45 minutos de jogo foi o analista holandês Ruud Dautzenberg. Minutos antes da partida, Dautzenberg disse que gostou muito do Brasil e quer voltar, mas, segundo ele, o dia hoje é da Holanda. Ele e uma amiga, que estavam totalmente fantasiados, viraram sensação em frente ao Mané Guarrincha e tiveram que parar a cada dez passos para tirar fotos com brasileiros. ?Cheguei há seis semanas e volto na próxima semana para meu país. Está tudo muito bom?, afirmou.

Ainda do lado de fora, o estudante de educação física Lucas Mariano quis aproveitar o jogo para divulgar um novo esporte. Ele conseguiu reunir alguns colegas para mostrar, em frente à arena, um jogo criado há dois anos em Brasília. ?Chama futemanobol. É novo, mas tem regras muito definidas. A parte do pé é igual ao futebol, mas o jogador que não tem tanta habilidade com os pés pode usar o braço ou as mãos. O tamanho do time depende da área que temos para jogar?, explicou.

 

>> Copa 2014: Acompanhe a cobertura completa da Agência Brasil

 

Editor Luana Lourenço

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-07/no-mane-garrincha-brasileiros-tentaram-manter-o-otimismo-diante-da-holanda

Fonte: Agência Brasil

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