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Itapira, 16 de Janeiro de 2025
Notícia
10/12/2013 | Noite de homenagens em Catanduva reuniu obras de Benedito Calixto e Deca Ruette

 

No hall de entrada do Centro Cultural painel destacava o feliz encontro das obras de dona Deca Ruette com aquelas de autoria de Benedito Calixto

 

A memória da saudosa Maria de Lourdes Ribeiro Porto Ruette, a dona Deca, foi objeto de novo tribu­to menos de dois meses após ter recebido dos ita­pirenses uma inesquecível homenagem realizada nas dependências da Casa da Cultura João Torrecillas Filho. Desta feita foi homenage­ada em Catanduva, cidade onde se radicou a partir de 78, quando se mudou de Itapira juntamente com seus familiares, sendo seu trabalho artístico alvo de uma honrosa deferência oferecida pela comunidade política, artística e religiosa daquela cidade.

Na sexta-feira, 29, Deca Ruette teve 22 de suas telas expostas na Estação Cultura de Catanduva, dividindo o espaço daquele centro de exposições com 19 reprodu­ções em tamanho original de pinturas realizadas no começo do século passado pelo genial pintor paulista Benedito Calixto. O acon­tecimento foi prestigiado por autoridades políticas, artísticas e empresariais, com destaque para a pre­sença do refeito Geraldo Vinholi, seu filho Marco, que preside o Fundo Social de Solidariedade; o secretário de Cultura, Nelson Lopes; os vereadores Juninho Ramos e José Alfredo Luiz Jorge; Padre Sylvio Fernandes Ferreira, atual titular da Igreja Matriz de Catanduva e familiares da homenageada; o espo­so e empresário Antonio Celidônio Ruette; os filhos Antonio Ricardo, Antonio Eduardo, Silvia Helena, Re­gina Maria e Carmen Lúcia; o genro Oamir Aspasio; as noras Margarete e Luisa Helena; os netos Alexandre, Carolina, Patrícia, Eduardo Júnior, Fabiana e Ana Júlia, e os bisnetos Diego e Lu­cas. Presentes ainda João Geraldo e Aurélio Ruette, cunhados da homenageada, estabelecidos na região de Catanduva.

A exposição se transfor­mou em acontecimento me­morável atraindo a atenção generalizada do universo ar­tístico de Catanduva devido a harmonização do talento e da obra de dois esplêndi­dos artistas, os quais, cada qual ao seu tempo, deram inestimável colaboração para dotar Catanduva de um acervo valiosíssimo do ponto de vista artístico, cultural e também histórico.

Benedito Calixto, cujo nome está inserido entre os gigantes da pintura con­temporânea, aportou em Catanduva no início dos anos 20 com a tarefa de ilustrar com um monumen­tal conjunto de pinturas - 23 telas no total - a então recém-inaugurada Igreja Matriz de São Domingos. Este singular e auspicioso encadeamento de fatos deu o tom nos discursos das autoridades locais. O secretário Nelson Lopes disse: “necessitamos re­ferendar outras iniciativas que valorizem o patrimônio histórico e cultural de nossa cidade”; Marco Vinholi destacou: “uma cidade só se completa quando é cheia de vida e cultura”; o prefeito Geraldo Vinholi frisou: “o legado cultural deixado por dona Deca Ruette é um orgulho para os catanduvenses”, e o vereador Alfredo Jorge elogiou: “quero felicitar aos familiares de dona Deca por permitirem que nossa comunidade desfrute deste rico legado artístico e cul­tural que ela nos deixou”.

Dois filhos da home­nageada, Regina Maria e Antonio Ricardo, tiveram a incumbência de apresentar considerações sobre a tra­jetória dos artistas. Regina Maria abordou fatos histó­ricos relacionados à curta, mas profícua passagem do famoso pintor no começo do século passado por Catandu­va, descrevendo a trajetória de Mosenhor Albino, aquele que teve a clarividência de requisitar os serviços de Calixto. Antonio Ricardo fez considerações sobre a trajetória pessoal, artística e sobretudo religiosa da mãe, num comovente relato (veja discurso na íntegra nesta página). Finalmente, o empresário Antonio Ruette agradeceu a presença de todos os convidados e de­clarou oficialmente aberta aquela exposição.

Denominação

O desenrolar da homena­gem acabou ainda trazendo a público um assunto que até então fazia parte das discussões nos círculos mais íntimos dos poderes Legis­lativo e Executivo, quando o prefeito Geraldo Vinholi, em seu pronunciamento, tornou pública a pretensão de sua administração em denominar aquele espaço cultural com o nome de Deca Ruette. Ele revelou que entendimentos neste sentido estão sendo con­duzidos junto à Câmara Municipal, arrancando ca­lorosos aplausos do público presente.

Confira discurso feito por Antonio Ricardo Ruette em nome da família

Eu quero agradecer a todos, que deixaram seus afazeres, e acolheram o nosso convite, para participar da Exposição de livros e pinturas de mamãe e de Benedito Calixto.Ma­mãe, Maria de Lourdes Ribeiro Porto Ruette, conhecida como “Deca Ruette”, nasceu no dia 26 de maio de 1930, na cidade de Viradouro, fez seus estudos no Colégio “Anjo da Guarda”, em Bebedouro, diplomando-se professora;

Aos 22 anos, foi nomeada, por concurso, a ocupar ca­deira no magistério paulista. Posteriormente, já no cargo de diretora de 1º e 2º graus, transferiu-se para as cidades de Bragança Paulista, Mogi Mirim e Itapira.Em Itapira, permaneceu como diretora do Instituto de Educação “Elvira Santos de Oliveira”, até a sua aposentadoria.

Desde a adolescência, revelou notável inclinação para as artes plásticas e para a literatura, publicando os romances “Esqueci de Viver” e “Ninho das Águias”.Em outubro de 1983, a União Brasileira de Escritores promoveu, em seu salão nobre, na capital paulista, a apresentação oficial de suas obras.

Nas artes plásticas, dedicou-se a difundir belezas, virtu­des e valores, refletidos nos numerosos quadros que estão expostos neste recinto. Pertenceu aos quadros da Academia Itapirense de Letras e Artes e, em 1966, foi agraciada pela Prefeitura Municipal de Itapira com a Comenda Joaquim Firmino de Araújo Cunha, Mártir da Abolição da Escravatura.Em 1998, foi recepcionada em “Noite de Autógrafos” em sua cidade natal, Viradouro.; e em 08 de março de 2001, Dia Internacional da Mulher, foi homenageada pela Câmara Municipal de Palmares Paulista, em sessão solene.

Após seu falecimento em 10 de junho de 2013, as munici­palidades de Itapira e Catanduva reverenciavam sua memória, promovendo Exposições de Livros e Pinturas, de sua autoria. Por sua sensibilidade artística, o nome de mamãe figura, com destaque, no livro: “A História de Catanduva de A a Z”.

Mamãe foi casada com meu pai, Dr. Antônio Celidônio Ruette, tendo como fruto de seu casamento, cinco filhos, eu, Antônio Ricardo, Regina Maria, Silvia Helena, Carmen Lúcia e Antônio Eduardo, dois genros, duas noras, onze netos e três bisnetos. Estando sepultada no Cemitério Monsenhor Albino, em Catanduva.

Eu quero terminar, a biografia de mamãe, com um depoimento de filho, que conviveu e aprendeu com ela, ao longo de 60 preciosos anos.O maior legado, o maior tesouro, que mamãe nos deixou, não foram as suas obras de arte, mas sim, a sua vida cristã.

E quando comparo a vida de minha mãe, com a vida dos primeiros discípulos de Jesus, os quais foram imortalizados nas magníficas pinturas de Benedito Calixto, encontro uma série de afinidades, que inspiraram e inspiram a todos os seguidores de Cristo a viver a vida Cristã.

Porque é a fé em Deus, que nos traz a certeza da doutrina cristã, de que todos nós estamos aqui na terra cumprindo uma missão, que nos foi dada por Deus. E só ao terminar­mos a nossa caminhada, ao terminarmos a nossa carreira (como dizia o apóstolo Paulo), é que podemos viver a nossa verdadeira vocação: A VIDA ETERNA.

É quando todos nós cristãos, estaremos novamente reunidos no “Reino de Deus”, para nunca mais  nos sepa­rarmos, muito obrigado a todos.

Fonte: Da Redação do PCI

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