O serviço de controle de zoonoses da Secretaria de Saúde do município divulgou nesta semana o resultado do exame realizado na carcaça de um boi encontrado morto neste início de ano no bairro da Ponte Preta e necropsiado pelo médico veterinário Rodrigo Silva Bertini no dia 04. Ele informou que o resultado do exame feito pelo Instituto Pasteur apontou positivo para raiva animal. “O bovino teve início dos sintomas, provavelmente, no dia 01 deste mês, vindo a óbito no dia 04, data em que realizei a coleta. Encaminhei o material no dia 06 para análise no Instituto Pasteur. Trata-se do primeiro caso de Raiva em 2014”, relatou.
A ocorrência, segundo ele, serve como advertência para que os proprietários de bovídeos, equinos, suínos, muares, caprinos e ovinos intensifiquem a vacinação contra a raiva.” Lembro que a vacinação não é obrigatória, porém, frente a um caso positivo recomendamos a vacinação. É provável que outros animais venham a óbito por raiva devido a transmissão ocorrer através das mordidas alimentares dos morcegos hematófagos, da espécie desmodus rotundus”, advertiu
Bertini disse que comunicou a ocorrência do caso ao Escritório de Defea Animal, em Mogi Mirim. “A Raiva é uma doença de notificação obrigatória. Quando há um herbívoro ou morcego positivo, o Pasteur, além de me avisar, avisa também o EDA de Mogi Mirim. O controle da população do morcego vampiro é de competência da Coordenadoria de Defesa Agropecuária- CDA, através de suas equipes treinadas. Eu já liguei, na terça-feira, e avisei o diretor do EDA de Mogi Mirim. Um funcionário do EDA irá visitar a propriedade foco e propriedades vizinhas para avisar sobre o caso e, também, verificar se está havendo mordeduras dos morcegos nos animais de interesse econômico ou se há animais morrendo”, informou.
Este é o primeiro caso de raiva em bovinos desde 2010 no município. No entanto, em cidades limites como Mogi Guaçu e Santo Antonio da Posse foram registrados vários casos. “ A situação em Mogi Guaçu é a que mais preocupa, tanto que estamos nos mobilizando para fazermos uma palestra no bairro da Roseira, que faz divisa com Itapira, para discutir a questão com os pecuaristas”, revelou.
Antecedente
Indagado se este caso guarda alguma relação com o morcego encontrado morto nas imediações do centro da cidade em novembro passado, cujos exames indicaram presença do vírus da raiva, e que obrigou a Zoonose a fazer uma campanha de reforço na vacinação em cães e gatos no local, Bertini considera que esta relação pode estar vinculada à circulação do vírus. “O caso do morcego encontrado no ano passado pode ter relação com esse bovino sim. Apesar do morcego positivo ser frugívoro (se alimenta exclusivamente de frutos), denota que está havendo atividade viral rábica dentro do ciclo aéreo, e é exatamente por isso que devemos encaminhar todos os morcegos que encontramos caídos, para análise laboratorial”, alertou.
O servidor municipal disse que o que mais preocupa as autoridades sanitárias neste momento é um suposto desleixo de proprietários de animais que não fazem comunicação da morte de exemplares em situações suspeitas. “Isso comumente ocorre, com as pessoas envolvidas dizendo que foi ‘picada de cobra’ que levou o animal a óbito, mesmo não encontrando picada alguma no animal”, recriminou.
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