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Itapira, 21 de Novembro de 2024
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09/02/2015 | Novos valores praticados no preço dos combustíveis geram reclamações

  

Desde segunda-feira passada os motoristas que foram abastecer seus veí­culos tiveram uma desagra­dável surpresa. O preço dos combustíveis, que já havia subido no final do ano pas­sado, voltou a apresentar alta, desta feita por causa da incidência de alguns tributos que o governo federal havia suspendido temporariamente no come­ço da gestão do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e que foram reativados neste começo de ano.

Com efeito, o preço da gasolina no município ul­trapassou, na maioria dos postos, a marca de R$ 3 o litro. O álcool continua sendo vendido em média R$ 1 a menos e para quem tem carro com motoração flexível, ou movido exclu­sivamente com este tipo de combustível, a conta passou a ser favorável, ou seja, fica mais vantajoso encher o tanque já que ele precisa custar pelo menos 70% do valor da gasolina para valer a pena.

Em Itapira consumi­dores e donos de postos reclamaram bastante. “Se você aumenta o valor do combustível, vai vender menos, isso é óbvio”, dis­se um representante do Auto Posto Jaguar. Ainda segundo ele, o aumento no óleo diesel, vendido em média a R$ 2,70 na cida­de, é o que mais contribui para o aumento da inflação. “Nosso transporte é quase todo feito por caminhão. O preço ficou insuportável”, opinou.

O aposentado João Bueno, dono de um VW Gol 1985, movido a álcool, disse que o preço ainda não o assusta. “Tá num patamar que dá para pagar. Também se fosse a gasolina eu não iria passar aperto”, comentou. Por outro lado, se disse satisfeito porque segundo ele seu automóvel é muito econômico. “É claro que a gente fica contente pagando menos”, deduziu.

O estudante universitá­rio Luiz Eduardo Leonello, 26, tem carro flex e disse que está abastecendo com álcool há alguns meses. “En­quanto for compensatório continuarei abastecendo com o etanol”, frisou. Ele acha que quem tem carro movido a gasolina terá mais problemas. “Principalmente quem roda bastante terá um impacto em suas contas”, acredita.

A dona de casa Fabiana Begin, moradora no Cuba­tão, é proprietária de um carro movido a gasolina e se queixou bastante. “Que que eu posso fazer? Tenho que rodar”, conformou­-se. Ela disse ainda que tem evitado abastecer em postos com bandeira BR (da rede da Petrobrás), segundo alegou para não ajudar a encher o bolso dos corruptos. Aparentando consciência do agravamen­to da situação econômica do país, a dona de casa afirmou que não se ilude com a atual situação. “Não adianta ficar falando mal da Dilma porque se o ga­nhador da eleição tivesse sido o Aécio, ele estaria tomando as mesmas me­didas”, apontou.

Ponta cabeça

Um experiente empresá­rio do setor de combustíveis disse que mercado está de ‘ponta cabeça’. Ele criticou a iniciativa do governo dizen­do que se trata de medidas que visam recapitalizar a Pe­trobrás. “ O governo esper­tamente coloca o preço dos combustíveis num patamar absolutamente irreal para irrigar o caixa da Petrobrás, vilipendiado por sucessivas manobras de corrupção. A sociedade é que está pa­gando pelo rombo. Trata-se de uma política que pode ter como efeito colateral mais imediato o aumento dos índices de inflação. O governo está brincando com fogo. Imaginar que esta onda de aumentos será absorvi­da de forma tranquila pelo setor produtivo é burrice. Ninguém vai querer arcar com o prejuízo e o aumento que isso vai gerar nos custos de produção será repas­sado integralmente para o consumidor final. Ninguém vai querer ficar com o pre­juízo. Em outras palavras, o governo está estimulando aquele vale-tudo que fez o país descambar para a hiper­-inflação de triste memória há 30 anos”, enxerga.

Outro alerta que fez foi com relação a atuação de especuladores. “Em um cenário de preços mais al­tos, é comum aparecerem empresários inescrupulosos acenando com preços irre­ais. No Brasil o combustível praticamente tem preço tabelado. Ninguém faz milagres. Quem oferece combustível a preços muito diferente dos demais, ou está sonegando impostos ou está adulterando a qualida­de. É preciso ficar atento”, recomendou.

Fonte: Da Redação do PCI

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